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21 December 2022

Artigo de Cristina Siza Vieira no DN: "Para quando o teletransporte?"

Ainda gosto muito de ficção científica, já não tanto como quando era miúda e devorava os livros de Júlio Verne; tremia de terror noturno com o Frankenstein; vibrava com Star Trek; mais tarde com Blade Runner; 2001 Odisseia no Espaço e A Mosca. Mas continua a ser um género que me faz passar bons momentos, até porque há hoje magnificas séries televisivas que exploram distopias potenciadas pela galopante evolução tecnológica que nos dão muito que pensar (uma das minhas favoritas: Years and Years). A par de outros, um dos tópicos que mais me fascinava era o poder do teletransporte. Mover objetos, melhor ainda seres vivos, entre eles os humanos Capitão Kirk e Dr. McCoy ou o menos humano Spock, de um lugar para outro num piscar de olhos, permitindo-lhes passar da sua nave para outra ou para um planeta, era tão mais fácil do que apanhar um autocarro para ir para o liceu! É claro que A Mosca, onde o desgraçado cientista testa com sucesso o sistema, é tudo menos uma boa fantasia, antes puro horror. Mas serve o ponto: quem dera que nos pudéssemos teletransportar. Fosse assim e o mundo seria totalmente diferente, de modos que nem conseguimos conceber. Seguramente não precisaríamos de veículos de transporte e de energia para os mover. Nem de aeroportos. Mas a ficção científica, embora se diga inspirada em leis e princípios científicos, é isso mesmo, um produto da imaginação. Por isso, nada a fazer no domínio do teletransporte. Continuamos com os pés na terra, mesmo quando a imaginação abre asas, e a única forma de levantarmos voo é apanharmos um avião. E para embarcarmos temos de ter... aeroportos. Sim, é certo que nos deslocamos de muitas e várias maneiras, umas mais sustentáveis do que outras, e a evolução no domínio dos transportes e especialmente da energia que os move, está na agenda do nosso futuro comum. Até porque o espaço aéreo vai ser cada vez mais regulado e moldado pela política e quadro regulatório, sobretudo na sua relação com as alterações climáticas. Não que o setor, por si só, não esteja a fazer o seu trabalho de casa, visto que assumiu o compromisso de zerar as emissões de carbono até 2050. Mas, e já escrevi muito sobre isto, Portugal não pode, de modo algum, prescindir de ter um sistema de transporte aéreo muito bem estruturado. No caso de Lisboa, a situação é crítica: o aeroporto que temos está esgotado. Já se gastaram rios de tinta (e mares de dinheiro) com o tema. Desde 1969 já se debateram "n" potenciais localizações para um novo aeroporto que servisse Lisboa. Já se ultrapassaram todos os limites da capacidade de carga da Portela, sistematicamente alargados até se atingir o espantoso número de 31 milhões de passageiros movimentados em 2019, e em março de 2022, num fulguroso ímpeto de recuperação pós pandémico, o aeroporto de Lisboa foi o 10.º mais movimentado da Europa, à frente de Dublin, Munique ou Roma. O que faz com que, tão degradada está a qualidade de serviço prestado (aí incluindo os irrecuperáveis atrasos), sejamos apontados como um dos piores aeroportos do mundo (embora em rankings nem sempre fiáveis e em "boa" companhia, diga-se). Eis que, em 29 de setembro, ao fim de 50 anos de uma exaustiva e penosa viagem, aterra no Conselho de Ministros uma Resolução! Pretende-se promover uma Avaliação Ambiental Estratégica para, espanto, vir a decidir sobre a localização de um novo aeroporto na região de Lisboa. Em cima da mesa da Comissão entretanto criada, e cujo trabalho deve estar concluído até ao final de 2023, estão 5 opções, três de caráter "dual" (isto é, 2 aeroportos em simultâneo, mantendo o da Portela) e duas de aeroporto único, visando substituir a Portela. Já eram conhecidas, faladas, estudadas as hipóteses de Montijo e Alcochete, juntando-se agora Santarém. Todavia, diz a RCM 89/2022, de 14/10, cabe ainda à comissão, para lá destas 5 opções, "realizar, rever e avaliar os estudos, projetos e planos sobre outras opções estratégicas (...)", leia-se OTA e Alverca. Vale a pena ler esta RCM, especialmente o seu anexo e aí os "Antecedentes e resenha histórica". É hercúlea a missão que a Comissão Técnica Independente tem pela frente. Creio mesmo inglória, posto que já tudo foi estudado, ponderado e até afastado, já se sabe que nenhuma solução é ótima e que nenhuma será aceite pacificamente. E no ínterim, entre os trabalhos da Comissão, a decisão política e a construção da solução, Portugal perde riqueza. Que pena a ficção não ser realidade... Cristina Siza Vieira Vice-presidente executiva da AHP - Associação da Hotelaria de Portugal  

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16 December 2022

Hotelaria otimista espera superar resultados de 2019 no Natal e ano novo

A taxa de ocupação deverá rondar os 69% no Natal e os 80% na passagem de ano. O destaque vai para os preços médios, que dão um salto maior face a 2019. O Alentejo é um dos destinos com os preços mais elevados. Em linha com a tendência de clara recuperação da atividade turística, a hotelaria portuguesa tem boas perspetivas para o período do Natal e do réveillon, ainda que haja «muito para preencher» entre as expetativas e as atuais reservas. De acordo com os números hoje apresentados pela AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, com base no inquérito feito aos seus associados (considerando uma amostra de cerca de 400 estabelecimentos», espera-se que a taxa de ocupação a nível nacional ronde os 59% neste período (apesar de as reservas “on the books” indicarem ainda 42%), 66% em Lisboa (46% em reservas) e 73% na Madeira (61% em reservas), tradicionalmente mais concorrida. 70% dos inquiridos acredita que a sua taxa de ocupação será melhor que em 2021, e 67% espera que ultrapasse a do mesmo período de 2019. Ainda assim, 30% dos inquiridos de Lisboa ainda não deverá atingir os níveis de ocupação de 2019 este ano. O preço médio da noite de Natal deverá atingir os 120 euros a nível nacional ou os 166 euros em Lisboa, com destaque para os 142 euros do Alentejo, destino que tem vindo a crescer especialmente neste indicador desde a pandemia. A Madeira deverá ter um preço médio de 113 euros e o centro 89 euros. Segundo o inquérito, 66% dos inquiridos espera ter um preço médio melhor ou muito melhor que em 2019, 75% no caso de Lisboa e 100% no caso dos hoteleiros dos Açores. Na apresentação destes resultados, Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP, salientou que «apesar da taxa de ocupação, a maior parte dos inquiridos prevê estar acima de 2019 no que toca ao preço. É uma performance interessante». No entanto, reforça que, além da própria lei da oferta e da procura, «o aumento dos custos da operação explica muito, têm de ser refletidos no cliente, especialmente a energia. Tudo está a fazer uma grande pressão sobre os preços». Quanto aos principais mercados, e questionados sobre o seu “top 3”, 86% dos hoteleiros indicam o mercado doméstico, 45% o mercado espanhol e 27% o mercado americano, que tem vindo a ganhar terreno um pouco por todo o país. Relativamente à passagem de ano, a previsão é que a ocupação nacional atinja os 83%, mas «há muito que trabalhar ainda» tendo em conta as reservas atuais de 61%. 84% dos inquiridos esperam aumentar ou pelo menos igualar os valores registados em 2019. Lisboa e o Alentejo têm as melhores expetativas. Já o preço médio deverá rondar os 167 euros a nível nacional, 218 euros em Lisboa e novo destaque para o Alentejo logo em terceiro lugar, com 193 euros, acima dos 140 euros do Algarve, uma «surpresa» para a AHP. O mercado doméstico está no “top 3” de 86% dos inquiridos, seguido por Espanha (44%), Reino Unido (31%) e EUA (27%). No global do ano, a AHP não arrisca ainda valores, mas Cristina Siza Vieira está convencida de que as receitas deverão ultrapassar as de 2019, ressalvando que «será necessário ver região a região». A falta de recursos humanos continua a ser um dos principais desafios da atividade hoteleira. “Maior risco para 2023 é geopolítico” Sobre perspetivas para 2023, Cristina Siza Vieira refere que existem «sinais contraditórios», nomeadamente boas perspetivas em relação ao destino Portugal, mas «sinais menos positivos vindos do exterior». Alguma desta expetativa prende-se com o funcionamento dos aeroportos no período do Natal, dado o verão caótico que se viveu em alguns destinos, mas acredita que «o maior risco para 2023 é geopolítico, e o risco macroeconómico que dele advém», conclui. in Vida Imobiliária, por Ana Tavares

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16 December 2022

Web Summit gerou receitas diárias de 5,6M€ na hotelaria da Área Metropolitana de Lisboa

Com 71.033 participantes de 160 nacionalidades, a Web Summit, que se realizou em Lisboa de 1 a 4 de Novembro, terá gerado receitas da ordem dos 5,6 milhões de euros por dia nos empreendimentos hoteleiros da Área Metropolitana de Lisboa, sendo que 4,7M€ / dia foram registados na cidade. Os números foram divulgados pela Associação da Hotelaria de Portugal. A AHP apresentou esta quinta feira as conclusões de um inquérito realizado no pós Web Summit, concretamente de 7 a 21 de Novembro, junto de 120 estabelecimentos empreendimentos hoteleiros na capital e na Área metropolitana de Lisboa, concluindo-se que, tanto ao nível da ocupação como dos preços e das receitas geradas, o impacto do evento deste ano foi superior ao registado em 2019, antes da pandemia. O estudo, apresentado por Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP, estima que o evento tenha gerado diariamente receitas de 4,73 milhões de euros nos empreendimentos turísticos da capital, sendo que, quando se alarga a área de influência do evento à Área Metropolitana de Lisboa, o impacto terá sido de 5,6 milhões por dia (apenas no que se refere a alojamento). Cristina Siza Vieira frisou, no entanto, que a estimativa foi feita apenas com base nos “quartos de empreendimentos turísticos, ou seja estabelecimentos hoteleiros, hotéis, hotéis apartamentos, pousadas e algum turismo de habitação” e que, se fossem incluídas no estudo as unidades de alojamento local coletivo, com mais de 10 quartos, “as receitas chegariam, aproximadamente, aos sete milhões de euros” por cada um dos quatro dias do evento. Contas feitas, para os quatro dias da Web Summit, “estima-se que a receita de alojamento nos empreendimentos turísticos possa ter atingido cerca de 19 milhões de euros, em Lisboa cidade, e de 22 milhões de euros, na Área Metropolitana de Lisboa”, sublinha a AHP. Para estes resultados contribuiu tanto o aumento das taxas de ocupação, acima dos níveis registados em 2019, como os preços, também bastante mais elevados do que aquando da última Web Summit realizada presencialmente, em 2019. No que se refere às taxas de ocupação, 93% dos inquiridos na Área Metropolitana de Lisboa afirmou ter registado uma taxa de ocupação superior a 80% durante os dias do evento, enquanto apenas 3% revelaram ter ficado abaixo dos 70%. Já na cidade de Lisboa, e no mesmo período, 82% dos inquiridos registou uma taxa de ocupação superior a 90% e apenas 1% disse ter ficado abaixo dos 70%. Comparativamente a 2019, 51% das unidades hoteleiras da AML tiveram uma ocupação melhor ou muito melhor este ano, 30% não tiveram alterações e apenas 10% disse ter tido ocupação mais baixa. Já na cidade, 49% dos respondentes afirmaram que a taxa de ocupação foi melhor ou muito melhor, 31% ficaram na mesma, enquanto 9% afirmou ter registado uma taxa de ocupação mais baixa do que nos dias do Web Summit de 2019. Preços médios deram “salto muito grande” face a 2019 O grande destaque vai, no entanto, para os preços médios que, na cidade de Lisboa, ascenderam a 210€, contra os 155€ de 2019. Já na Área Metropolitana de Lisboa, o preço médio aumentou de 142€ para 193€. Assim, para 85% dos inquiridos na cidade de Lisboa, os preços durante a Web Summit foram melhores ou muito melhores do que em 2019, o mesmo acontecendo com 88% dos respondentes da Área Metropolitana de Lisboa. “Em termos do preço médio deu-se um salto muito grande”, sublinhou Cristina Siza Vieira, explicando que “dentro da Área Metropolitana de Lisboa está incluída a cidade e é esta que puxa muito a média para cima”. Mercado dos Estados Unidos no “top 3” No que toca a mercados, a presidente executiva da AHP sublinhou ter havido movimentações interessantes, a começar pelo facto de 52% dos inquiridos ter colocado os Estados Unidos no seu Top3. Outra novidade face a 2019 residiu no mercado espanhol que este ano nem sequer figurou no Top 5 (quando em 2019 integrava o Top3), bem como “o desaparecimento do mercado italiano”. O que se nota nos dados revelados esta quinta feira é a queda do mercado brasileiro. De referir ainda que 86% das unidades hoteleiras da AML e 93% das localizadas na cidade teve reservas de participantes na Web Summit sendo que 67% dessas reservas foram feitas através da Booking; 14% através de websites próprios; 8% através da Expedia (muito utilizado pelos norte-americanos); 6% por outros canais online e 5% através do DMC da Web Summit. A propósito dos canais utilizados para reservar alojamento hoteleiro, Cristina Siza Vieira sublinhou que “as reservas através das OTAs cresceram” com a Booking a ganhar terreno, destacando também que as reservas “no website próprio dos hotéis tem ainda uma performance relativamente modesta neste evento”, havendo no entanto a expectativa de que “venha a ganhar escala, quer para este evento quer geral” porque, justificou, “quanto menos intermediação, melhor”. in Turisver, por Fernanda Ramos

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16 December 2022

"Aposta profundamente errada". Associação da Hotelaria de Portugal opõe-se à utilização de receitas da taxa turística na habitação

Associação da Hotelaria de Portugal pediu esclarecimentos a Carlos Moedas acerca da possível alocação da receita turística na habitação da capital e defende que isso "não resolve absolutamente nada". Se a Câmara Municipal de Lisboa decidir avançar com a alteração do modelo da taxa turística para reforçar o investimento na habitação contará com a oposição da AHP — Associação da Hotelaria de Portugal. A vice-presidente executiva da organização defendeu esta quinta-feira que essa ideia seria “uma aposta profundamente errada”. À margem da apresentação de dois inquéritos acerca do impacto da Web Summit na hotelaria e das perspetivas para o Natal e para a passagem de ano, Cristina Siza Vieira afirmou que “a taxa turística não nasceu para fins sociais” e adiantou que a AHP pediu esclarecimentos ao presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas. O sistema que está estabelecido desde que a taxa foi criada [em 2016] tem dado muitos e bons proveitos”, acrescentou, defendendo que a Associação da Hotelaria de Portugal não acredita que a autarquia lisboeta “careça dessa verba” para poder resolver o “problema” da habitação. “Seguramente não é pela alocação da receita turística que se vai resolver um problema” que tem que ser “atacado de frente”, disse Cristina Siza Vieira. Para a vice-presidente executiva a alteração do modelo da taxa turística para o reforço do investimento na habitação “não resolve absolutamente nada”: “Não é por aí que se consegue que os residentes de Lisboa cá fiquem”. Foi no final do mês de novembro que o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, ao afirmar que a área da habitação era prioritária admitia alterar o modelo da taxa turística —em que prevê arrecadar este ano uma receita de 32 milhões de euros. A taxa turística, atualmente de dois euros na capital, é aplicada sobre as dormidas de turistas nos hotéis e em alojamento local. A possibilidade de usar essas receitas na habitação foi defendida pelos deputados municipais Vasco Barata (BE) e Miguel Coelho (PS), mas já recebeu a oposição de Carlos Reis, do PSD, que a chegou a considerar “ilegal” e que defendeu que o “problema da habitação não se resolve com mais impostos”. in Observador, por Inês Capucho

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