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Hotelaria otimista espera superar resultados de 2019 no Natal e ano novo

A taxa de ocupação deverá rondar os 69% no Natal e os 80% na passagem de ano. O destaque vai para os preços médios, que dão um salto maior face a 2019. O Alentejo é um dos destinos com os preços mais elevados.

Em linha com a tendência de clara recuperação da atividade turística, a hotelaria portuguesa tem boas perspetivas para o período do Natal e do réveillon, ainda que haja «muito para preencher» entre as expetativas e as atuais reservas.

De acordo com os números hoje apresentados pela AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, com base no inquérito feito aos seus associados (considerando uma amostra de cerca de 400 estabelecimentos», espera-se que a taxa de ocupação a nível nacional ronde os 59% neste período (apesar de as reservas “on the books” indicarem ainda 42%), 66% em Lisboa (46% em reservas) e 73% na Madeira (61% em reservas), tradicionalmente mais concorrida.

70% dos inquiridos acredita que a sua taxa de ocupação será melhor que em 2021, e 67% espera que ultrapasse a do mesmo período de 2019. Ainda assim, 30% dos inquiridos de Lisboa ainda não deverá atingir os níveis de ocupação de 2019 este ano.

O preço médio da noite de Natal deverá atingir os 120 euros a nível nacional ou os 166 euros em Lisboa, com destaque para os 142 euros do Alentejo, destino que tem vindo a crescer especialmente neste indicador desde a pandemia. A Madeira deverá ter um preço médio de 113 euros e o centro 89 euros.

Segundo o inquérito, 66% dos inquiridos espera ter um preço médio melhor ou muito melhor que em 2019, 75% no caso de Lisboa e 100% no caso dos hoteleiros dos Açores.

Na apresentação destes resultados, Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP, salientou que «apesar da taxa de ocupação, a maior parte dos inquiridos prevê estar acima de 2019 no que toca ao preço. É uma performance interessante». No entanto, reforça que, além da própria lei da oferta e da procura, «o aumento dos custos da operação explica muito, têm de ser refletidos no cliente, especialmente a energia. Tudo está a fazer uma grande pressão sobre os preços».

Quanto aos principais mercados, e questionados sobre o seu “top 3”, 86% dos hoteleiros indicam o mercado doméstico, 45% o mercado espanhol e 27% o mercado americano, que tem vindo a ganhar terreno um pouco por todo o país.

Relativamente à passagem de ano, a previsão é que a ocupação nacional atinja os 83%, mas «há muito que trabalhar ainda» tendo em conta as reservas atuais de 61%. 84% dos inquiridos esperam aumentar ou pelo menos igualar os valores registados em 2019. Lisboa e o Alentejo têm as melhores expetativas.

Já o preço médio deverá rondar os 167 euros a nível nacional, 218 euros em Lisboa e novo destaque para o Alentejo logo em terceiro lugar, com 193 euros, acima dos 140 euros do Algarve, uma «surpresa» para a AHP.

O mercado doméstico está no “top 3” de 86% dos inquiridos, seguido por Espanha (44%), Reino Unido (31%) e EUA (27%).

No global do ano, a AHP não arrisca ainda valores, mas Cristina Siza Vieira está convencida de que as receitas deverão ultrapassar as de 2019, ressalvando que «será necessário ver região a região». A falta de recursos humanos continua a ser um dos principais desafios da atividade hoteleira.

“Maior risco para 2023 é geopolítico”

Sobre perspetivas para 2023, Cristina Siza Vieira refere que existem «sinais contraditórios», nomeadamente boas perspetivas em relação ao destino Portugal, mas «sinais menos positivos vindos do exterior». Alguma desta expetativa prende-se com o funcionamento dos aeroportos no período do Natal, dado o verão caótico que se viveu em alguns destinos, mas acredita que «o maior risco para 2023 é geopolítico, e o risco macroeconómico que dele advém», conclui.

in Vida Imobiliária, por Ana Tavares

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