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27 October 2022
Roca apresenta móveis funcionais e elegantes para espaços de banho
As coleções de móveis para espaços de banho da Roca proporcionam estilo, qualidade e funcionalidade, e permitem aos utilizadores criar espaços personalizados onde possam descontrair e cuidar do seu bem-estar A Roca é líder europeia na produção de móveis para espaços de banho, com mais de 50 anos de experiência na produção de móveis para as casas de banho. Para acompanhar a procura mundial, a empresa tem sete fábricas especializadas (em Espanha, na Polónia, na República Checa, na China e no Brasil) em produção de móveis para espaços de banho. Estas fábricas são coordenadas através de um centro de design central em Valência, Espanha, onde os avanços na inovação e no design são criados internamente e implementados nos produtos e processos de fabrico da empresa. Como especialista com provas dadas na produção de artigos para espaços de banho, a Roca oferece aos seus clientes espaços de banho bonitos e funcionais que melhoram os padrões de vida e o bem-estar pessoal. Os móveis certos podem proporcionar funcionalidade, criar espaço e dar brilho ao espaço de banho, adicionando beleza e conforto à vida quotidiana. Para responder a todas as necessidades e preferências do utilizador, a Roca oferece uma grande variedade de móveis, colunas auxiliares e acessórios. O catálogo da marca inclui até 16 linhas de móveis diferentes para ir ao encontro de todas as estéticas, desde a mais clássica até à mais contemporânea ou industrial. Muitas das coleções oferecem peças em várias dimensões, com uma ampla gama de cores e acabamentos. Estas opções permitem que os clientes encontrem a opção certa que se adequa ao seu estilo pessoal e àquelas que são as suas escolhas no que respeita ao design. Quando os clientes compram uma um móvel da marca Roca, podem ter a certeza de que estão a adquirir aquilo que de mais recente existe em design, inovação e qualidade. A empresa investe fortemente em inovação para garantir que os produtos não só acompanham o ritmo, como impulsionam a inovação no setor. As tecnologias de ponta são utilizadas para criar soluções simples e eficazes, e são construídas tendo em vista a versatilidade e com o objetivo de maximizar a capacidade de espaço e armazenamento para os utilizadores. Antes de serem enviadas para o mercado, o Departamento de Qualidade da Roca testa cada peça quanto à aderência, à abrasão, suscetibilidade a riscos, humidade e exposição à luz. Muitas vezes considerados exclusivamente como locais destinados à higiene básica, os espaços de banho estão a tornar-se cada vez mais espaços de autocuidado e conforto, que os utilizadores podem utilizar para escapar às preocupações do dia a dia. A Roca fornece não só os sanitários, utensílios e acessórios, mas também os móveis necessários para permitir que cada utilizador transforme o seu espaço de banho num espaço adequado às suas necessidades e desejos pessoais. De acordo com o compromisso da empresa para com a sustentabilidade e responsabilidade social, os móveis da Roca são produzidos de acordo com as normas estabelecidas pelo Conselho de Gestão Florestal (Forest Stewardship Council®), garantindo que os produtos de madeira provêm de florestas geridas de forma responsável. A Roca tem também a certificação CARB, numa vasta seleção de placas, e a embalagem é desenvolvida em consonância com o sistema de gestão de resíduos Ecoembes. A empresa está constantemente a trabalhar para agilizar os seus processos logísticos, garantindo que são geradas menos emissões e produzidos menos resíduos na embalagem e no transporte. por Roca
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14 October 2022
Hotéis querem ver apoios sólidos à fatura elétrica no Orçamento do Estado
Os custos de gás e eletricidade “são extremamente elevados num hotel” pelo que são fundamentais apoios consistentes no Orçamento de Estado do próximo ano para o sector poder lidar com os aumentos de custos, frisa Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) O debate na especialidade do Orçamento de Estado para 2023 será o mais relevante para o sector do turismo, mas os hotéis expressam desde já ser fundamental que o Orçamento do Estado (OE) contenha apoios consistentes aos aumentos de gás e de eletricidade, num cenário em que a guerra na Ucrânia se poderá prolongar. “A fatura elétrica num hotel é extremamente elevada, e o sector precisa de ser apoiado nesse sentido", frisa Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), em declarações ao Expresso. “Não podemos esquecer que os anos de 2020 e 2021 foram trágicos para o turismo, obrigaram a parar a atividade, e os balanços das empresas ainda traduzem o impacto que tudo isso teve”, nota o responsável da associação hoteleira, defendendo ser “fundamental que o OE 2023 contenha medidas que mitiguem esse efeito. As empresas de turismo no país são maioritariamente de pequena dimensão, têm estruturas frágeis de capital, e precisamos de ter instrumentos que ajudem a capitalizar as empresas para terem balanços mais fortes e serem capazes de enfrentar crises”. Aumentam as receitas, mas também os custos “Portugal vai liderar o crescimento na União Europeia em 2022, muito em resultado do sector do turismo”, lembra Bernardo Trindade, frisando que Portugal conseguiu conquistar a “confiança dos turistas”, o que se traduziu num aumento de receitas, a níveis que ultrapassaram o ano pré-pandemia. As projeções indicam que o turismo atinja no final do ano receitas de 20 mil milhões de euros, acima dos 19 mil milhões obtidos em 2019. “Contudo, há um aspeto que não contribui para a criação de valor no turismo, pois há um conjunto de custos de produção que ficaram mais caros, falando sobretudo no gás, mas também na área alimentar e em geral em todos os serviços que estão disponíveis nos hotéis. Só no fim do ano é que percebemos se este aumento de receita teve correspondência ao nível dos resultados das empresas”, destaca o presidente da associação hoteleira. “Temos a convicção que 2022 está a ser um ano de forte recuperação em todo o país, e mais rápido do que se esperava, conseguimos recuperar a confiança dos turistas com a manutenção dos níveis de hóspedes e de dormidas de 2019, e até estamos a vender melhor, a praticar preços médios mais elevados, o que permite de alguma forma repercutir no cliente o aumento de custos que estamos a sentir”, faz notar o responsável da AHP. Em relação a 2023, “temos de assumir prudência nas previsões, porque neste momento há um conjunto de fatores que não dominamos, apesar do interesse por Portugal ser manifesto e encorajador”, constata Bernardo Trindade, sublinhando que “a guerra na Ucrânia não impacta só a nível de custos de produção, mas sobretudo na insegurança que daqui pode resultar e no receio a nível de previsão de viagens”. Esforço “grande” do turismo no aumento de salários Bernardo Trindade enfatiza ainda que “olhando o acordo de rendimento e salários que foi concretizado, um aspeto político relevante é que estas negociações aconteceram não na Assembleia da República, mas em sede de Concertação Social, com os patrões e os sindicatos, o que é muito importante porque aproxima as posições e as agendas de cada um dos sectores”. De que forma o novo acordo de rendimento, salários e competitividade poderá ajudar a suprir a atual falta de pessoal no turismo? O presidente da associação hoteleira destaca como aspetos positivos do acordo a medida que permite aumento de majoração à coleta para quem faz o esforço de aumento de remunerações, além de “se valorizar quem investe, mais que uma redução transversal da taxa de IRC”. Mas frisa que “o emprego em Portugal está em níveis históricos e o turismo perdeu 45 mil pessoas desde 2019”. “Já está a ser feito um esforço grande do turismo no aumento das remunerações”, garante o responsável da AHP, concluindo que “o salário é importante para atrair trabalhadores ao turismo, mas há outras questões, nomeadamente a nível de horários e compatibilização com uma vida pessoal, sempre tendo em conta que uma unidade hoteleira não é uma repartição pública”. in Expresso, por Conceição Antunes
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29 September 2022
Bernardo Trindade encara a entrada da CGD no capital do Banco de Fomento para garantir capitalização das empresas
Na primeira parte da entrevista ao presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, Bernardo Trindade, abordamos o ano turístico na vertente da operação hoteleira, os problemas que enfrenta ainda, decorrentes de dois anos de pandemia, o ritmo de investimento estrangeiro e as perspetivas para 2023, tendo em conta os inúmeros desafios e riscos que estão a colocar-se à atividade. O ano de 2022 já pode ser considerado como o ano da recuperação hoteleira face a 2019, que foi o melhor ano de sempre para o turismo português? Em relação à ocupação hoteleira, em relação aos preços praticados, em relação à receita obtida, diria que é uma recuperação que acontece mais rapidamente do que todos esperávamos e isso é obviamente bom porque se Portugal tem uma vantagem comparativa nesta área do turismo, o que é facto é que os clientes que nos visitam responderam afirmativamente a esse princípio. É fundamental entender que essa recuperação aconteceu, mas é preciso também olhar um bocadinho para um outro lado – e este é um tema de comunicação relevantíssimo – que é o de dizer que a receita foi toda, ou quase toda, recuperada, mas que do lado da despesa temos um agravamento generalizado dos custos que correspondem à criação de valor na área da hotelaria. Desde logo o custo do fator trabalho, em resultado de Portugal ter perdido cerca de 45.000 ativos entre 2019 e 2021 os ativos que permanecem no setor, hoje, estão a ser melhor remunerados. Todos os estudos apontam nesse sentido e obviamente que isso tem repercussão ao nível da estrutura de despesa das empresas. Por outro lado, se juntarmos aspetos tão fundamentais como o custo da eletricidade e do gás, toda a cadeia alimentar, a prestação de serviços, tudo isto está mais caro, o que significa que, se por um lado conseguimos repercutir no cliente este aumento não podemos embandeirar em arco dizendo que como recuperámos na receita, esse terá uma expressão imediata ao nível do resultado – não, a despesa vamos ter que a identificar, contabilizar, e depois refletir sobre os resultados. Mas quando alguma imprensa diz que os preços da hotelaria em Lisboa, no Porto, na Madeira e no Algarve, subiram 20% no verão, isso tem alguma correspondência com a realidade ou não? Pode ter, mas chamo a atenção que do ponto de vista das expectativas, nós também estamos a assumir uma despesa que não esperávamos e, portanto, o resultado que é o apuramento de receitas e despesas é algo que faremos mais à frente. Nesse prisma ainda é cedo para se fazer um balanço sobre se as empresas hoteleiras ficaram “confortáveis” com a gestão deste ano? Indiscutivelmente, porque isso sucede-se a dois anos e meio que foram os piores dois anos de sempre, que tiveram uma implicação duríssima nas suas estruturas patrimoniais, nos seus balanços, e essa matéria tem que ser observada e acompanhada. Sem os apoios durante a pandemia muita miséria tinha sido gerada O Estado teve um papel importante na ajuda às empresas hoteleiras durante a pandemia e na retoma. Neste momento são necessárias mais ajudas e que tipo de ajudas? Sendo totalmente justo, durante a pandemia se não tem havido o lay off simplificado, posteriormente o apoio à retoma e o programa ‘Apoiar’ ao nível das micro e pequenas empresas, muita miséria tinha sido gerada em Portugal e este é um fator que não é uma questão de opinião, é uma questão de facto e é importante que tenha acontecido. Agora, isto não chega, não basta isto. As estruturas patrimoniais das empresas foram fortemente impactadas pelos efeitos do Covid, portanto, da parte do Estado, há que olhar para estas estruturas patrimoniais. Daí que tenhamos sublinhado, desde o início, a importância do Banco de Fomento enquanto instrumento de política pública que visa a capitalização das empresas e colocar os princípios do Banco de Fomento no terreno não tem sido fácil, é um processo que ainda não está concluído. A perspetiva da AHP é esta: sendo o Banco de Fomento um instrumento de política pública, havendo outros instrumentos de política pública com expertise na área financeira – refiro-me, nomeadamente, à Caixa Geral de Depósitos – até à conclusão do processo do Banco de Fomento, deviam fazer-se duas coisas – a primeira era envolver a Caixa Geral de Depósitos com essa expertise para suprir as lacunas que ainda não foram resolvidas em sede daquilo que é o objetivo do Banco de Fomento e encarar uma hipótese, mais estrutural, que era a de a Caixa Geral de Depósitos fazer parte do capital do Banco de Fomento. Era uma vinculação que se conseguiria, era uma expertise que transportaríamos para este instrumento de política pública, sobretudo com a consciência de que esta vertente do turismo, que é reconhecida por todos como fundamental para o nosso futuro coletivo, tinha uma expressão clara de apoio, de suporte e de continuidade. Investimento estrangeiro: o grande desafio político é o de conseguir o equilíbrio O aumento das taxas de juro, a falta de liquidez em muitas empresas, a guerra na Europa, são o cocktail perfeito para que as empresas hoteleiras portuguesas abrandem o investimento nos próximos anos? Isso tem várias dimensões. ‘Guerra’ é uma palavra que não rima com o turismo, a confiança, disponibilidade de cada um para sair de sua casa, e enquanto esta questão permanecer num limbo, obviamente que tem consequências. Dou um exemplo: o mercado alemão é um mercado muito importante para Portugal e o alemão, enquanto pessoa, é alguém que gosta muito das coisas planeadas, certas, ajustadas. Incertezas em sede do preço do gás e da eletricidade, incertezas relativamente ao facto de esta mobilidade poder não ser totalmente concretizada, nomeadamente por dificuldade do regresso a casa, faz com que uma decisão de lazer seja uma decisão protelada e evidentemente que isso não é bom para um país como Portugal. Por outra parte, do lado das empresas que investem, o facto de haver incertezas, nomeadamente em relação aos fatores de produção, ao custo do financiamento para fazer investimento, é uma matéria que atrasa sempre decisões. Eu entendo a sua resposta mas, por outro lado, aquilo a que estamos a assistir, é a alguma avidez do investimento estrangeiro na hotelaria em Portugal, tanto na aquisição de hotéis como para construir. Esta é uma situação que pode preocupar o investidor nacional? A pandemia trouxe outro tipo de desafios. À escala global, as empresas tal como as pessoas, de forma previdente, pouparam mais. Hoje temos maior poupança à escala global e a questão que estes investidores internacionais colocam é a de saberem como vão colocar a liquidez que têm e não há dúvida que Portugal fez, ao longo dos últimos anos, um caminho que considero muito interessante de reposicionamento. A forma como Portugal é visto hoje em mercados como os Estados Unidos ou o Canadá, a estabilidade política e económica, a forma como todos os agentes trataram o seu território, a forma como comunicámos, fizeram com que este interesse tivesse crescido substancialmente, e vejo isto em variadíssimos domínios, como o número de americanos e canadianos que estão hoje em Portugal a fazer programas de mestrado ou de pós-graduação, o lugar em que os europeus colocam Lisboa e Porto em sede de Erasmus. Hoje, esta comunicação flui e do ponto de vista de informação, os investidores, sejam eles family offices ou fundos, têm uma apetência enorme por Portugal. O grande desafio político é o de conseguir fazer este equilíbrio entre aquilo que estamos a vender, a forma como nos relacionamos com os nossos – este é um tema das grandes cidades –, como é que 10 milhões de portugueses, residentes, com uma forte predominância no litoral e nas cidades, comunicam com estes novos segmentos. Nós somos partidários do mercado, da livre iniciativa, da regulação e esses equilíbrios vão ter que acontecer. Se vamos ter novos parceiros como acionistas ou detentores de capital nas empresas? Sim, mas é preciso que o investimento também se relacione e dialogue com a operação. Muitas vezes não é só necessário colocar capital também é preciso saber se, do ponto de vista da operação, é ou não rentável face aos desafios que já identificámos. “O pior que poderia acontecer a Portugal era perder a sua identidade em função de um investimento [estrangeiro]maciço que não tivesse em conta aquilo que nós somos como povo e como coletivo” Portanto, o investimento estrangeiro em Portugal é um bem mas, por outro lado, tem que ser equilibrado? Tudo tem que ser balanceado. O pior que poderia acontecer a Portugal era perder a sua identidade em função de um investimento maciço que não tivesse em conta aquilo que nós somos como povo e como coletivo. Antes de entrarmos numa outra fase da nossa entrevista em que iremos abordar algumas das grandes questões do turismo, perguntava-lhe quais as perspetivas da AHP para 2023, face à situação económica que nós, e os nossos principais mercados emissores, vivemos? Realisticamente, e todas as instituições já referem isso em uníssono, acho que Portugal vai crescer no quadro da União Europeia, num papel quase de liderança. Isso há-se ser apurado mais à frente mas Portugal tem um papel de liderança na recuperação económica da Europa e para essa recuperação económica da Europa o turismo contribui de forma muito significativa. As previsões para 2023 apontam para um crescimento, ainda que muito mais modesto e moderado e obviamente isto também tem o sentir do setor do turismo, ou seja, nós continuamos otimistas mas temos a noção de que há um conjunto de questões que se relacionam com a guerra, com os custos das matérias-primas e dos fatores de produção, das cadeias de distribuição descontinuadas – tudo isso são riscos para a nossa atividade. Face a riscos, a boa previsão é ser prudente que é aquilo que nós procuramos ser. Amanhã no Turisver.pt pode ler a segunda parte da entrevista com Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, onde serão abordados, entre outros temas: - A problemática do novo aeroporto para Lisboa - Acessibilidades aéreas - Os Recursos Humanos e o serviço ao cliente - O relacionamento com o Governo in Turisver
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28 September 2022
Grupo Pestana: De 500 milhões de euros à diversificação do negócio devido à pandemia
Dionísio Pestana, fundador do Grupo Pestana, durante a VI Cimeira do Turismo Português,abordou alguns dos desafios da empresa que comemora este ano o 50º aniversário. Dionísio Pestana, fundador do Grupo Pestana, maior cadeia hoteleira nacional, durante a VI Cimeira do Turismo Português, que decorreu em Lisboa, organizada pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), abordou alguns dos desafios da empresa que comemora este ano o 50º aniversário. Para o responsável, está na altura de diversificar os investimentos do grupo, uma lição que retira da pandemia. Numa conversa solta, foram vários os assuntos que abordou, revelando que se correr tudo bem nos meses que faltam até ao final do ano o grupo atingirá os 500 milhões de euros de volume de negócios, “o que permite consolidar o nosso balanço para a crise que se avizinha”. Para Dionísio Pestana isto significa 50% da força do Grupo Pestana, “pois temos de ter um balanço forte, estamos a crescer e temos de gerir bem a operação”. Revelou ainda o responsável que “de há um ano para cá, convertemos 70% da nossa divida, a longo prazo, a 15 anos, a uma taxa fixa de 2/3%. Isso dá um rácio baixo face ao nosso EBITDA, contando nós com 200 milhões de euros de cash-flow por ano”. Para Dionísio Pestana ,“ao longo destes 50 anos passámos por sete crises e o modelo do negócio turístico repete-se ciclicamente. Ou seja, depois de um excedente feito começa-se a consolidar, ao qual segue-se um crise. Após dois anos de crise e uma recuperação ao fim do terceiro ano, ao fim de 3/4 anos segue-se outra crise”. Sendo assim, indica o responsável que “para sobrevivermos temos de ter muita confiança e nunca desistir. Dentro do grupo tentamos fazer desta maneira os investimentos, baseados na experiência e tempo (de operação)”. Revela o hoteleiro que “a primeira lição que aprendi foi ter sempre um plano B que nos permita ter tesouraria nas alturas de crise. As empresas com investimentos altos e com projetos de milhões de euros não podem confiar totalmente na projeção de retorno feita para o prazo temporal que for, pois se algo corre mal, existe o risco de a tesouraria não conseguir complementar esse défice.” Sendo assim, acrescenta Dionísio Pestana que “no nosso caso, sempre apostámos no time-sharing que funcionou ao nível da tesouraria para o grupo, depois investimos no negócio dos Casinos, na Madeira e São Tomé, numa imobiliária turística, que foi suficiente para cobrir momentos difíceis”. Relativamente ao futuro, o empresário afirma estar preocupado, “pelo que aí vem, mas também pelo cenário criado durante a pandemia”. Para o responsável, a Covid foi uma autêntica surpresa ao nível de gestão. “Não estávamos preparados para a Covid. Procurámos uma diversificação do negócio em diversas geografias do mundo – Brasil, África, EUA, várias cidades da Europa -, porque sempre achei que se houvesse um problema num dos países, a tesouraria dos outros compensaria o negócio”, afirmou o empresário, “mas, com a Covid, tivemos os 100 hotéis fechados, com cerca de cinco mil funcionários à espera do ordenado”. Este foi um momento delicado, que Dionísio Pestana reconhece que foi ultrapassado numa solução tripartida. “Conseguimos, mas tenho de agradecer ao Estado português e aos colaboradores. Foi um esforço tripartido, o Estado pagou 1/3 dos ordenados, a empresa 1/3, os trabalhadores deixaram de receber 1/3. A verdade é que a confiança da equipa saiu deste período mais forte. Abrir e fechar hotéis era a nossa especialidade durante a Covid”, indica. Relativamente ao próximo ano, Dionísio Pestana indica que “vamos agora começar os orçamentos para o próximo ano. Em primeiro lugar iremos definir os custos esperados. O orçamento será definido pelos custos e não pelas receitas. Temos de controlar os custos”. Seguir-se-ão depois cenários consoante a procura, “em que estamos dependentes do mercado português, alemão e inglês, que representam 70% do nosso negócio”. Indica o responsável que “se houver variações nestes mercados estaremos atentos e tentaremos antecipar os problemas. Acredito que o mercado inglês para a Madeira e Algarve vai correr bem, porque estamos fora da rota dos conflitos. O mercado nacional vai descer, mas tem margem para resistir. No entanto, o cenário poderá ser alterado se sair da Rússia mais alguma loucura, esta é a minha maior preocupação. O mercado alemão já desde 2019 que se anda a defender, tiram menos férias e vêm menos vezes. Temos que apostar em mercados como o Brasil e os EUA”. Relativamente ao papel do Estado no mercado, Dionísio Pestana considera que “não precisamos de ajudas diretas, essa não é uma prioridade. Agora necessitamos de uma reformulação dos impostos em Portugal, a começar pela TSU, pagamos 23,75 por trabalhador, só que este não entende isso. O trabalhador não entende que esse valor é parte da sua remuneração. Essa receita deveria estar no ordenado liquido do trabalhador. Isso daria outra perspetiva de entendimento aos colaboradores da remuneração das empresas”. Revela então o responsável que “na nossa empresa o custo com mão-de-obra significa 35% das nossas receitas, pois também pagamos os prémios, que rondará 1/3 deste montante. Os descontos sobre os ordenados são muito elevados o que causa uma insatisfação dentro das organizações. O Estado tem que pensar este modelo, fazer uma reforma.” Relativamente à ajuda do Estado, o empresário remete para a resolução de problemas do país ou o avanço de reformas: “O novo aeroporto em Lisboa já faz falta há 10 anos. Quer se goste quer não desde o tempo da Troika que Portugal deu um salto, porque foram tomadas decisões que os governantes portugueses têm capacidade de tomar mas a sua prioridade é o jogo político. Foram feitas neste período reformas necessárias, para nós empresários estas vieram criar uma nova dinâmica, corrigindo muito do que vinha de trás e que estava mal. Hoje as empresas portuguesas estão melhor e mais consolidadas, dando o salto depois da Troika”. Relativamente ao potencial de negócio de turístico do país o hoteleiro é perentório: “Portugal como destino turístico e como país tem um potencial enorme para mais 50 anos, no mínimo. Temos de fazer mais ao nível da eficiência, no licenciamento aguardamos processos com três e quatro anos, o setor tem muitos projetos na carteira, já sabemos como funciona, uns aceleram, outros param, depois são retomados, dá-se o inverso”. Considera o interlocutor que “precisamos de um diálogo mais franco, mais aberto, com o Estado e entidades públicas, pois há uma desconfiança em Portugal relativamente ao empresário. Os departamentos do Estado têm uma desconfiança sobre o empresário por querer fazer algo para ganhar muito. Mas temos regras, temos leis e têm de ser para cumprir. As empresas são quem cria a riqueza e postos de trabalho. Mas precisamos de mais velocidade na aprovação dos projetos. Fora de Portugal temos essa perceção, por exemplo, em Berlim não tivemos estas questões”. Uma das amarguras denotadas durante a conversa com o empresário é o não aproveitamento da região do Algarve do ponto de vista económico. “O Algarve é uma Flórida, tem todas as condições para ser uma das regiões de Portugal mais ricas. Poderia investir-se ali em universidades, em empresas startup, é uma região que tem condições para tudo acontecer, mas tem que se ter um MasterPlan”, indica. Se gostava que os políticos o ouvissem, Dionísio Pestana rejeita: “não gostava que me pedissem a minha opinião, pois para ser ouvido e ser ignorado ou não ser tomado em consideração, não vale a pena. Cada um que siga o seu caminho, eu tenho o meu foco. Mas estamos todos a perder, a perder no tempo e a perder oportunidades. Em Portugal somos poucos grandes grupos hoteleiros, três/quatro”. Relativamente ao desenvolvimento da empresa, o hoteleiro indica que tem sempre projetos em carteira. Acrescentando que ”em Portugal somos líderes há muito anos, queremos continuar. No plano internacional, ter mais expressão nas capitais europeias e também nos EUA. Na política de diversificação dos mercados temos em conta a política do risco cambial, não nos esquecemos da crise na Grécia há uns anos e eu tenho a ideia que um dia pode haver um Euro do Norte da Europa e outro Euro do Sul da Europa e quero estar mais no primeiro Euro, porque uma desvalorização do Euro do Sul iria tirar-nos valor”. Reforça ainda o hoteleiro que “no turismo, investir em Portugal é sempre bom, tem um bom retorno e sempre uma valorização. Com um euro forte, taxas de juro baixas, tem sido bom investir em Portugal”. Quanto ao futuro, o seu desejo passa por “manter a empresa forte, firme e consolidada. Em bons anos podemos ter 50/100 milhões de euros para investimento. Com a Covid já percebi que deveremos ter que diversificar os investimentos, pois não fui tão esperto como pensava, ou seja, começamos a pensar em algumas alternativas”. in Ambitur