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01 August 2025

Opinião: Casual Friday | A.C./D.C. (2º Volume)

“Ficámos melhores? A culpa foi da COVID? Tenho as minhas dúvidas. Mas uma certeza: há quem continue a trabalhar para um futuro melhor. Nas escolas, nas juntas, nos grupos de vizinhos, nos projetos culturais, nas redes de apoio informal.” Antes da Covid e Depois da Covid: Cinco Feridas Políticas e Sociais Este é o segundo texto de uma série pessoal sobre o Mundo pós-COVID. No primeiro, falei sobre mudanças no dia a dia e no trabalho. Agora, trago os meus five cents (ou cinco feridas, visto que falamos de epidemia) sobre o que mudou na esfera política e social. É, mais uma vez, uma seleção subjetiva, claro. No próximo volume, espero falar do que mudou (ou não) no campo cultural e ambiental. 1. A confiança Lembram-se de quando confiávamos nos governos? Pois, eu também já não tenho a certeza se isso alguma vez foi verdade. Mas durante os primeiros tempos da pandemia, houve um breve momento em que parecíamos todos do mesmo lado. Até porque, qual era alternativa? Durou pouco. As medidas erráticas, a politização da saúde e a comunicação confusa (UI! O que a OMS e a DGS andaram a dizer dia sim, dia não…) arrasaram o que restava de confiança institucional. Segundo o “Edelman Trust Barometer”, entre 2020 e 2023, a confiança nas instituições caiu a pique em mais de metade dos países analisados — e, com ela, o sentimento de segurança. A fatura foi não não só emocional como racional. E foi global. 2. A verdade A verdade já andava bastante combalida antes do vírus. Mas a COVID foi o terreno ideal para que as teorias da conspiração passassem a ser as estrelas do palco. Do 5G à cloroquina, da negação à vacinação, passámos de um debate público para um universo paralelo de narrativas. O que é a verdade, pergunta-se. Cabe a cada um decidir (pasme-se), responde-se. Donde, em certos contextos, a verdade passou a ser opcional. E em muitos, um incómodo. 3. O corpo político A democracia já vinha febril. A pandemia apenas agravou os sintomas: mais polarização, mais cinismo, menos paciência. Populismos aproveitaram a boleia do medo e converteram-no em capital eleitoral. A aparente boa notícia: as instituições resistiram. A má: resistiram por inércia, não por convicção renovada. E os políticos são alvo de ataque cerrado e sistemático. Por todos e também por outros políticos, que se dizem “não-políticos”. 4. O espaço público Se já estávamos muito online, o confinamento selou definitivamente o contrato. As praças, cafés, parlamentos deram lugar aos “feeds”. Os debates tornaram-se “threads” (essas conversas em cadeia nas redes sociais onde se fala muito, mas pouco se ouve). A convivência perdeu o corpo físico. A discussão pública migrou para o digital, mas deixou para trás o contraditório. E sem contraditório, ficámos mais fechados, mais agressivos, mais certos de tudo. E mais: no espaço público  “fisico” (os ainda resistentes parlamentos, praças e cafés), os debates imitam cada vez mais o digital, no insulto, desrespeito, ódio por quem tem opinião diferente. 5. A esperança Houve um tempo em que se falava em “Build Back Better” ou “vamos sair disto mais fortes”. Lembram-se? SNS reforçado, mais ciência, mais empatia, mais futuro. Mas logo vieram outras crises, sobrepostas e sucessivas: Ucrânia, Inflação, Gaza, Habitação, Tarifas. O cansaço ganhou. E com ele, a sensação de que a esperança é coisa de outro tempo. Conclusão Ficámos melhores? A culpa foi da COVID? Tenho as minhas dúvidas. Mas uma certeza: há quem continue a trabalhar para um futuro melhor. Nas escolas, nas juntas, nos grupos de vizinhos, nos projetos culturais, nas redes de apoio informal. E mesmo nalgumas instituições formais. Talvez hoje o futuro esteja mais nas pessoas que, contra o cansaço, cinismo ou cepticismo, insistem em acreditar e cuidar. E nalgumas que ainda acreditam que vão mudar as instituições. Aqui ficam os meus five cents. Pessimistas, bem sei. Pouco próprios de uma Casual Friday de Agosto… desculpem… Deve ser desta canícula. Por Cristina Siza Vieira É Vice-Presidente Executiva da Associação da Hotelaria de Portugal e uma das vozes mais influentes no setor turístico nacional. Todas as primeiras sextas-feiras de cada mês, Cristina Siza Vieira assina a coluna de opinião ‘Casual Friday’, trazendo a sua visão sobre os principais temas do setor do turismo e da hotelaria.

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29 July 2025

Opinião: "Andamos a brincar com o Fogo"

O turismo em Portugal é, desde há anos, um dos pilares mais robustos da nossa economia. Recebe investimento, cria emprego, gera receitas e, acima de tudo, projeta Portugal no mundo. No entanto, há um problema que não é novo, mas que se agravou nos últimos tempos: as condições de entrada dos passageiros não-Schengen nos principais aeroportos do país. Lisboa, Faro e Porto são, para milhões de turistas, o primeiro contacto com o nosso país. Esse contacto tem-se traduzido em filas intermináveis, tempos de espera inaceitáveis, passageiros a perder ligações e a levar uma imagem negativa e desmotivadora de Portugal. Desde a entrada em vigor desta medida que a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) tem vindo a alertar para esta situação. A AHP tem recebido relatos de associados que testemunham a frustração dos seus clientes à chegada. No caso de Lisboa e Faro, o problema tornou-se estrutural. Com o início do verão, a pressão nos aeroportos aumenta. Sabemos que os mercados norte-americano, brasileiro e britânico são estratégicos. Cada turista que perde uma ligação, que espera duas ou três horas para entrar em Portugal, é um embaixador que perdemos. E esta é uma perda não só em números, mas em reputação e competitividade. Não basta apostar na tecnologia - é preciso garantir meios e o suporte necessários para a fazer funcionar. O EES – Entry/Exit System, previsto para estar a funcionar em 2026, tem de ser acompanhada de meios humanos, formação e uma coordenação eficaz entre PSP, ANA Aeroportos, AIMA e Governo. O que está em causa não é apenas a eficiência e a segurança é também a credibilidade de Portugal. A hospitalidade começa quando o turista cruza a fronteira e tem o seu primeiro contacto com o nosso país e, neste momento, estamos a falhar. É tempo de agir com sentido de urgência, de forma articulada e com responsabilidade política e institucional. As entidades envolvidas têm de garantir que este verão não ficará marcado pela frustração e pelas desculpas. por Bernardo Trindade – Presidente da Associação da Hotelaria de Portugal in Publituris Hotelaria

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24 July 2025

Opinião: “Turismo de negócios: um ativo estratégico para os hotéis”

Há muito que ultrapassámos a ideia de Portugal como um destino “só” (que já não seria pouco!) de sol & mar e lazer. A par da nossa cultura, gastronomia, paisagens e pessoas, temos cada vez mais firme o nosso posicionamento como destino que organiza grandes, médios e pequenos eventos, desde festivais, desporto ou encontros religiosos em enorme escala, aventura ou casamentos…e crescente procura pela meeting industry. E é um facto que Congressos, convenções, incentivos e eventos corporativos têm sido um grande motor do nosso Turismo. Porque, naturalmente, não ocupam apenas salas de conferência. Ocupam quartos, geram consumo fora de época e criam, para o País e não apenas para o Turismo, valor económico, reputacional e estratégico. Os participantes de eventos gastam mais — em alojamento, restauração e experiências — e tendem a prolongar estadias, muitas vezes transformando a deslocação profissional numa oportunidade de lazer. Este segmento está longe de ser um nicho. É uma alavanca estruturante para a hotelaria. Permite esbater a sazonalidade, estabilizar a ocupação ao longo do ano e atrair um perfil de cliente com maior poder de compra. Os participantes de eventos gastam mais — em alojamento, restauração e experiências — e tendem a prolongar estadias, muitas vezes transformando a deslocação profissional numa oportunidade de lazer. O bleisure reforça o valor do segmento, trazendo hóspedes que voltam, não só em contexto profissional, mas também pessoal e familiar. Um congresso de mil pessoas movimenta transfers, enche restaurantes locais, dinamiza espaços culturais e ativa toda uma rede de serviços Não é demais recordar que o impacto económico vai muito além da unidade hoteleira. Um congresso de mil pessoas movimenta transfers, enche restaurantes locais, dinamiza espaços culturais e ativa toda uma rede de serviços — desde audiovisuais a produção de eventos, passando por guias, catering e experiências personalizadas. Cada euro investido em MICE multiplica-se na economia local e reforça a atratividade e notoriedade do destino. Portugal está particularmente bem posicionado, tem acessibilidade aérea, infraestruturas modernas, um clima favorável e uma reconhecida qualidade de serviço. Mas isso não é exclusivo. A concorrência internacional é grande. De resto, a evolução tecnológica impulsionada pelos eventos híbridos elevou o patamar de exigência em termos de conectividade, cibersegurança e soluções digitais. Mas também de conectividade entre transportes (ai as nossas redes de mobilidade e transporte…), resposta a picos de pressão sobre a saúde e segurança. O mesmo se aplica às exigências com a sustentabilidade: preferências por fornecedores locais, soluções logísticas de baixo impacto e eliminação de materiais descartáveis — práticas que não só respondem às expectativas dos organizadores, como elevam os padrões operacionais e posicionam os operadores como agentes ativos na transição verde. Por isso, se queremos manter — e reforçar — a nossa presença no radar dos event planners globais, precisamos de articulação institucional, promoção externa coordenada, incentivos fiscais competitivos, capacidade de adaptação dos operadores e investimento contínuo na formação de equipas. se queremos manter — e reforçar — a nossa presença no radar dos event planners globais, precisamos de articulação institucional, promoção externa coordenada, incentivos fiscais competitivos, capacidade de adaptação dos operadores e investimento contínuo na formação de equipas. De acordo com o último ranking da ICCA, continuamos a ser um dos destinos preferidos para congressos e convenções, ao ocupar a 9ª posição do ranking mundial e a 7ª no ranking europeu. Com o Porto a ocupar o 18.º lugar da tabela europeia e Lisboa no top 3, só atrás de Paris a nível europeu e em 3º lugar em termos mundiais. Estudos recentes sobre Lisboa e Porto confirmam a relevância deste segmento: eventos de negócios e desportivos geram os maiores picos de ocupação e forçam hotéis a estratégias de preço dinâmico, marketing digital segmentado e parcerias com organizadores. Mais ainda, mostram que o MICE obriga à inovação de produto, do design de salas imersivas e abre a porta a pacotes de city-break ou outros para acompanhantes. A aposta na meeting industry é, por tudo o que disse atrás, uma decisão estratégica. É reputação, é economia, é posicionamento do País. Se esta é uma indústria forte, todo o destino beneficia. Muito para lá de hóspedes nos hotéis, ganha-se escala, influência e inovação em várias indústrias e setores que servem a todos como resposta a desafios de crescimento. por Cristina Siza Vieira vp executiva da AHP »Este artigo foi publicado na edição 352 da Ambitur.

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21 July 2025

"Madeira, Algarve e Lisboa" lideram no turismo. Mas há regiões que "têm crescido muito na procura durante este verão"

Cristina Siza Vieira, da Associação da Hotelaria de Portugal, este no CNN Arena, no dia 18 de julho. A responsável da AHP afirmou que a Madeira, Algarve e Lisboa continuam no pódio de regiões que atraem mais turistas nacionais e estrangeiros. Ainda assim, existe regiões como "Alentejo, Oeste ou interior Norte" que "têm crescido muito na procura durante o verão, sobretudo pelo turismo interno".   Veja o vídeo em  "Madeira, Algarve e Lisboa" lideram no turismo. Mas há regiões que "têm crescido muito na procura durante este verão" - CNN Portugal

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