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01 September 2022
Turismo está em pleno e a bater recordes
O turismo está em pleno e a bater recordes. No mês passado, o número de hóspedes e de dormidas foi superior ao que tínhamos antes da pandemia. Declarações de Bernardo Trindade, Presidente da Associação de Hotelaria de Portugal, à SIC: Repetições: SIC - Jornal da Noite , 2022-09-01 20:35 SIC Notícias - Jornal da Noite , 2022-09-01 20:36 in SIC, Primeiro Jornal, via Cision
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27 August 2022
Jornada Mundial da Juventude: Turistas atrás do Papa Francisco já esgotam hotéis
Falta um ano para Portugal receber mais de 1,5 milhões de crentes para aquele que será o maior evento alguma vez acolhido pelo país. Turistas dos quatro cantos do mundo estão já a lotar hotéis em Lisboa e Fátima, mas a procura estende-se a outras regiões. Capacidade aeroportuária é apontada pelos empresários como um dos constrangimentos. Dentro de um ano Lisboa será a casa de milhares de crentes movidos pela fé. As artérias da capital servirão de palco ao maior evento já realizado no país e aos visitantes de mais de 40 nacionalidades que têm encontro marcado com o Papa Francisco, durante uma semana. Faltam 338 dias para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) , que decorre entre 1 e 6 de agosto de 2023, e os preparativos já avançam a ritmo acelerado em vários setores. O turismo está sem mãos a medir e na hotelaria em particular é possível, por estes dias, antever o gigante impacto que o evento terá no país, com hotéis já completamente cheios para as datas do evento. O encontro entre os milhares de jovens e o mais alto representante da Igreja Católica está agendado para Lisboa mas os estilhaços da fé vão alastrar-se a todo o país, sendo Fátima a segunda cidade mais impactada pela JMJ e a agitação não se cingirá apenas à semana do evento. Muitos turistas, principalmente os que chegarão de destinos mais longínquos, vão estender a estadia ao longo do mês de agosto para conhecer o país. "A procura é muito elevada para o período das JMJ, de Lisboa até Fátima, e irá crescendo mesmo noutras zonas. E não apenas para a semana em si, mas também para os períodos antecedente e posterior. E há, inclusivamente, hotéis esgotados para essas datas", garante a vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira. São esperados turistas de todos os cantos do mundo mas, para já, além da Europa, onde se destacam Espanha, Itália ou Polónia, assumem expressão os mercados dos Estados Unidos, da América Latina e da Ásia. As contas não estão fechadas mas, olhando para os exemplos do passado, é possível antever um cenário de peso em todas as frentes. A responsável da associação dos hoteleiros relembra que em 2011 Madrid recebeu dois milhões de pessoas para este evento. Para já, são esperados 1,5 milhões de jovens em Portugal, mas os números não se ficam por aqui. "Estamos a falar ainda de milhares de famílias, jornalistas, representantes do clero e ordens religiosas da Igreja nos cinco continentes", enumera Cristina Siza Vieira que espera um impacto de peso na hotelaria do país. "Ficando a taxa de ocupação a 100%, o impacto será seguramente enorme, mas também em termos de exposição mediática que Portugal e Fátima terão. O cálculo da cidade de Cracóvia para o equivalente de publicidade durante as JMJ de 2016, sem social media, foi de 140 milhões de euros", refere. Hotéis lotados A doze meses do evento somam-se os pedidos de reservas para assegurar as dormidas e, principalmente na capital, há já hotéis totalmente esgotados. É o caso do Lisbon Marriott Hotel que já encerrou as vendas para a primeira semana de agosto de 2023, mas as solicitações não param de chegar. "Temos reservas já confirmadas desde 2019, uma vez que a JMJ estava confirmada para 2022 e foi depois alterada para 2023, devido à pandemia. Continuamos a receber bastantes pedidos para estas datas mas, de momento, já não estamos a aceitar qualquer reserva. Só passaremos a aceitar caso haja algum cancelamento", revela o diretor-geral do quatro estrelas. Elmar Derkitsch explica que a forte procura está também a fazer disparar as tarifas. "Há um grande aumento de preços tanto para grupos como para clientes individuais. Como os grupos são negociados com muita antecedência, devido aos serviços associados, não será registado um aumento tão grande. Os clientes individuais provavelmente evitarão Lisboa durante esses dias", adianta. Também o grupo Luna Hotels & Resorts, que detém um portefólio de 26 hotéis de Norte a Sul do país, confirma a subida das tarifas estimulada pelo frenesim da procura. "O aumento do preço médio já está refletido na grande maioria das unidades, seja em Lisboa ou Fátima. Contamos que a elevada procura por Lisboa transborde para as áreas onde temos unidades, como é o caso de Abrantes", antecipa a diretora comercial do grupo, Sónia Coixão. Em Fátima o cenário otimista é confirmado pelo maior grupo hoteleiro da cidade. "Esperamos um forte impacto nas semanas antes e pós-jornada. Alguns turistas ficarão simplesmente por estas razões logísticas. Outros ficarão porque têm origem em países longínquos e esta será uma grande oportunidade para conhecerem o país. Outros ainda simplesmente porque existe uma curiosidade fortíssima sobre Portugal", garante Alexandre Marto Pereira, CEO do grupo Fátima Hotels. O Eurostars Hotel Company conta com oito hotéis em Lisboa e um em Cascais e a previsão é de ocupação total. O grupo internacional, com presença em 17 países, explica que o impacto do evento está também a ser sentido fora da esfera nacional. "As JMJ estão também a ter um impacto muito positivo noutras cidades fora de Portugal, em destinos emblemáticos de peregrinações como Santiago de Compostela, Roma ou Sevilha, uma vez que muitos participantes farão uma paragem e aproveitarão a viagem para os visitar". Capacidade aérea é desafio Ainda não há estudos nem cálculos no papel sobre os impactos económicos da JMJ no país, nem no turismo. A Associação Turismo de Lisboa (ATL) não consegue adiantar números mas defende que o impacto será musculado. "Todos os serviços turísticos terão procura acrescida. As pessoas consumirão nos restaurantes, lojas, supermercados, serviços de transporte, oferta cultural. O evento tem um efeito estruturante, que se traduz na reconversão urbanística que permanecerá para além dele e também na enorme projeção de Lisboa e de Portugal", explica Vítor Costa, diretor-geral da ATL. Também no Centro do país as expectativas são elevadas. A visita do Papa Francisco a Fátima já está a agitar não só a cidade mas as regiões em redor. O Turismo do Centro está confiante no estímulo das contas na região. "Esperamos que o impacto económico seja bastante significativo. Essencialmente, esperamos ganhos de notoriedade do destino Centro de Portugal, mais dormidas e mais receitas turísticas", explica. Apesar das perspetivas otimistas, há constrangimentos para o setor que podem beliscar a organização da JMJ. A falta de capacidade do aeroporto da Portela volta a ser assunto em cima da mesa. "A verdade é que muitos visitantes irão entrar por Madrid e Barcelona, até por falta de capacidade de resposta aérea em Lisboa, e daí partem para o tour ibérico. Acresce que o evento ocorre em plena época alta, e agosto é sempre um mês forte em todo o país", relembra Cristina Siza Vieira. Já Alexandre Marto Pereira não esconde as dúvidas que começam a surgir. "Quantos passageiros podem os aeroportos de Lisboa e do Porto receber? A TAP pode aumentar o número de voos? Haverá autocarros e comboios?", questiona o empresário, pedindo respostas ao governo. "Espero que o governo esteja a estudar formas de atenuar as limitações que temos, nomeadamente no acesso aéreo ao país", apela o CEO da Fátima Hotels. Já a presidente da direção da Associação Empresarial Ourém - Fátima (Aciso), Purificação Pereira Reis, relembra o problema da falta de mão-de-obra que o país enfrenta, nos mais variados setores. "O défice de recursos humanos será o maior desafio. Por exemplo, serão necessários muitos autocarros, mas existe grande dificuldade em encontrar motoristas certificados e, sem eles, a oferta será insuficiente. Este tipo de dificuldades são transversais a várias áreas de atividade", alerta. in Dinheiro Vivo, por Rute Simão
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01 August 2022
Tráfico Humano. Há sinais que não podemos ignorar
Associação da Hotelaria de Portugal, Associação de Apoio à Vítima, Observatório de Tráfico de Seres Humanos e Polícia Judiciária acolheram a ideia da cadeia internacional Marriott e juntaram-se numa ação de sensibilização para o combate ao tráfico humano. É uma das ações que marcam o Dia Internacional de Combate ao Tráfico de Pessoas, dia 30 de julho. Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), admite que o setor ainda não está desperto para esta questão do tráfico humano. Por isso, considera que esta primeira ação de sensibilização lançada na sequência de uma campanha da cadeia internacional Marriott é um bom contributo para aumentar a atenção relativamente a alguns indicadores “e para fazer uma coisa que não é muito comum em Portugal”. “Acontece uma coisa, rejeitamos, mas percebemos intuitivamente que há ali algo que não está certo. E temos dificuldade em dar o passo à frente e fazer a denúncia. Vê-se, por exemplo, nos casos de violência doméstica. É por isso que também acho que esta ação é importante. Há sinais que não podem ser ignorados”. A escravatura dos tempos modernos Ads delivered by Segundo as Nações Unidas, há cerca de 21 milhões de pessoas vítimas de tráfico, nas suas diversas formas, em todo o mundo. 7% são exploradas nos Estados Unidos e Europa Ocidental. Para Rita Bessa, da APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima – é absolutamente essencial identificar os fatores para poder atuar. O ciclo do tráfico envolve o Recrutamento, o Transporte e a Exploração. Em grande parte dos casos, as pessoas são aliciadas por recrutadores com falsas promessas, nomeadamente de trabalho e melhores condições de vida noutra região ou noutro país. Mas também há casos em que é a própria vítima que vai ao encontro do recrutador através de contactos informais, por vezes de familiares, amigos ou de alguém com quem tem proximidade, alerta Rita Bessa. O transporte destas pessoas é feito de barco, carro, comboio ou avião, sendo que o primeiro destino nem sempre é o final. Também é normal viajarem acompanhadas de alguém que as controla e tem os seus documentos. Os exploradores, por seu turno, comportam-se como donos da vítima, que é explorada de diversas formas (laboral, sexual, com ofensas físicas, encarceramento, retenção dos documentos, exigência de pagamento por suposta dívida pelo pagamento de transporte) e por vezes, vendida várias vezes a outros exploradores. As vítimas são homens, mulheres, crianças, de países subdesenvolvidos ou não. Mas habitualmente com alguma vulnerabilidade, que os exploradores aproveitam. Mas também acontece com pessoas “supostamente informadas”, referiu a representante da APAV, que deu um exemplo real. “Chegou-nos um caso de uma jovem angolana, licenciada em Direito, que veio para Portugal com o objetivo de prosseguir os estudos. Através de contactos com pessoas conhecidas, veio para casa de uma família em que deveria desempenhar a função de baby-sitter, a troco do alojamento. Mas tal nunca aconteceu: tinha de trabalhar o dia inteiro, não tinha os documentos, nunca podia sair da casa e naturalmente, não pôde estudar. Aproveitou uma saída esporádica para pedir ajuda”. Reconhecer os indicadores de exploração A prevenção é importante, o que passa pelo investimento em formação e informação para reconhecer os sinais de exploração, frisa a responsável da APAV que valoriza a iniciativa de responsabilidade social do grupo hoteleiro e da associação, pioneiros no setor privado. Num folheto especialmente destinado aos empregadores, a associação refere alguns fatores a ter em atenção: - muitos trabalhadores colocados pela mesma agência ou recrutador - o recrutador fala em nome de um ou mais trabalhadores, impedindo o contacto direto com a entidade patronal - o trabalhador está assutado e parece ter recebido instruções do que dizer ao empregador - um ou mais trabalhadores apresentam sinais de que os seus movimentos estão a ser controlados (não podem sair livremente, são sempre levados por uma pessoa ou grupo) - o trabalhador apresenta lesões físicas ou sinais de má nutrição, falta de cuidados médicos ou de higiene - o trabalhador não está na posse dos seus documentos - o ordenado não é pago diretamente ao trabalhador ou não fica na sua posse - o trabalhador diz que tem uma dívida para com o recrutador - muitos trabalhadores dividem a mesma habitação e vivem em condições precárias Esta é uma questão para a qual a maioria das pessoas ainda não está sensibilizada, mas Rita Bessa mostrou-se agradada com a reação de funcionários do Marriott de Lisboa e do Sheraton a uma situação de teste. Um suposto casal chegou à Receção para reservar um quarto. O homem liderou sempre o processo, com a mulher atrás, cabisbaixa e sempre calada. Foi ele quem apresentou os documentos dos dois, e insistiu em fazer o pagamento em dinheiro, argumentando que não tinha cartão bancário. Num dos hotéis conseguiu fazer a reserva, no outro foi-lhe negada. Neste, funcionária intuiu que se passava algo de estranho e mostrou-se preocupada com a mulher. Alertou a chefia e tudo se encaminharia para o pedido de intervenção da PSP. Não chegou a acontecer porque os “atores” - ambos da APAV – com o diretor da unidade hoteleira (o único que tinha conhecimento da ação) explicaram o que se estava a passar e o objetivo. No outro hotel, o casal conseguiu o quarto e até jantou na sala. Mas tanto a rececionista como ao empregado de mesa se sentiram incomodados com os comportamentos do “casal”, o silêncio absoluto da mulher ou o facto de ter sido o homem a escolher a ementa para os dois. E também não deixaram de o reportar aos superiores. Qualquer pessoa pode denunciar o crime “Este é um crime complexo, os indícios não são prova, mas a sua eventual existência pode ser sinalizada por qualquer cidadão junto do Ministério Púbico, autoridades policiais (PSP, GNR, SEF ou PJ) ou ONG (Organizações Não Governamentais) que trabalham nesta área, como a APAV. Segundo o art.º 160º do Código Penal, o tráfico humano é um crime público e não tem de ser a vítima a fazer a denúncia”, frisa Rita Penedo, chefe de equipa do OTSH - Observatório de Trafico de Seres Humanos. Até porque muitas vezes, as vítimas não se reconhecem como vítimas de tráfico. As estatísticas referem que entre 2008 e 2021, o OTSH recebeu 2.338 denúncias válidas e até 2020 foram confirmadas 810 vítimas. 71% são vítimas de exploração laboral. Destas, 83% são homens e 98%, adultos. A agricultura é o setor mais exposto e nomeadamente no Alentejo, na região de Odemira. Portugal é sobretudo um país de destino de tráfico humano. A exploração laboral e sexual são as duas principais formas. Mas Rita Penedo sublinha que muitas vezes, uma pessoa não é vítima apenas de um tipo de exploração. Um crime que gera receitas ilícitas ao nível do tráfico internacional de estupefacientes e de armas, capaz de pagar a dívida de muitos países desenvolvidos, referiu Fernando Bispo, inspetor-chefe da Polícia Judiciária, uma das forças policiais (a par do SEF) que investiga o combate ao tráfico de seres humanos. in Rádio Renascença, por Ana Carrilho
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29 July 2022
Seca. Hotelaria trabalha há vários anos para reduzir consumos de água, diz associação
As unidades de alojamento estão há vários anos a implementar medidas para reduzir consumos de água e a adaptar atividades de limpeza à situação de seca que afeta o país, assegurou fonte da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP). A vice-presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, disse à agência Lusa que a preocupação com a poupança de água e a sustentabilidade ambiental tem sido uma constante desde 2017 para os 800 associados da hotelaria e das unidades de alojamento local coletivo e as medidas que estão a ser adotadas têm sido acompanhadas por uma sensibilização cada vez maior dos hóspedes para a necessidade de alterar comportamentos relativos ao consumo de água e aos hábitos de limpeza nos quartos. "Esta situação de stresse hídrico ou de défice de água já não é a primeira vez que nos atinge e, portanto, a associação tem, desde 2017, uma série de boas práticas e de informação que é prestada quer aos nossos hóspedes, quer a todos os colaboradores, no sentido de haver uma monitorização constante dos consumos de água”, afirmou Cristina Siza Vieira." A vice-presidente executiva da AHP precisou que em causa não está a quantidade que os hóspedes bebem ou os banhos que tomam, mas sim a “mudança do paradigma” no que se refere às “mudanças das roupas de cama e de casa de banho” e às “limpezas intensivas que são feitas nos quartos”. "Há uma série de medidas que já vinham a ser tomadas, como as torneiras com sensores, os redutores de caudal, agora os autoclismos de dupla descarga e os sistemas de dosagem de detergente, mesmo os que são utilizados para a limpeza”, assinalou, acrescentando que, por outro lado, trabalha-se também na sensibilização do cliente no sentido de “a mudança da roupa de cama e de casa de banho não ser diária”. Neste âmbito, esclareceu, “o hóspede tem agora de sinalizar se pretender que a roupa seja mudada”, porque o paradigma se alterou e as mudanças de roupa de cama e casa de banho só são feitas a pedido” dos mesmos. "Já não é como até aqui, se não colocar as toalhas, por exemplo, em cima da cama, nós mudamos. Agora é ao contrário, se quiser que nós mudemos, tem de colocar a roupa em cima da cama ou inclusivamente sinalizar na receção que pretende a mudança”, acrescentou. Por outro lado, foram também introduzidas alterações no que se refere à limpeza diária da unidade de alojamento, referiu, justificando estas medidas “não apenas por questões exclusivamente ambientais e de consumo de água, mas também porque há poucas pessoas neste momento” para trabalhar e, “no verão, há necessidade de ser mais económicos na distribuição destas limpezas”. Cristina Siza Vieira considerou que “os próprios hóspedes já estão muito sensíveis” a estas temática ambientais e de poupança de água, mas realçou que há também da parte das unidades de alojamento a preocupação de aprofundar “a reutilização de águas residuais” tratadas para gastos não potáveis. “Em casa não mudam todos os dias a roupa de cama, não faz sentido mudar a roupa de cama todos os dias no hotel”, argumentou, frisando que este trabalho é transversal a todas as unidades do país, porque embora a seca se “registe mais na região sul, também afeta o Vale do Tejo e o interior Norte” e “não é nada que se possa circunscrever ao Algarve”. in Observador, via Lusa