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04 May 2022
“É legítimo que possamos reflectir no cliente final este acréscimo de preços”
O novo presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Bernardo Trindade, diz que a pressão causada pela inflação terá de ter impactos no preço cobrado aos turistas, mesmo que parcialmente. Diz que o sector está a recuperar, mas que precisa de um “Apoiar 2”, com verbas a fundo perdido, para não afectar os balanços fragilizados das empresas. Para o novo presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Bernardo Trindade, o acréscimo de preços que se está a verificar em toda a estrutura de custos das empresas do sector terá de ser reflectir no cliente final, e o país já “mostrou ao mundo uma qualidade” que lhe permite dar esse passo. Os dados que se conhecem até agora deste ano mostram sinais positivos, mas, defende, naquela que é a sua primeira entrevista desde que tomou posse, que tem de haver um “Apoiar 2” para ajudar as empresas com capital a fundo perdido. “Se lançamos apenas dívida, se colocamos mais dívida num balanço já fragilizado no pós-covid, temo que haja problemas num futuro próximo”, diz este responsável, que foi deputado socialista e secretário de Estado do Turismo do Governo de José Sócrates entre 2005 e 2011. De acordo com Bernardo Trindade, que é administrador do grupo hoteleiro PortoBay Hotels e Resorts, tem de haver um procedimento mais ágil para dinamizar o acordo de mobilidade da CPLP, necessário para ajudar a resolver o problema de falta de trabalhadores no sector. >> Leia a entrevista na íntegra aqui. Foto: Nuno Ferreira Santos, Público
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27 April 2022
AHP: “Portugal não se pode dar ao luxo de perder clientes”
Durante a tomada de posse da nova direção da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Bernardo Trindade, o novo presidente, enfatizou que o turismo nacional e o seu tecido empresarial contam com limitações que poderão condicionar o seu contributo para um crescimento da economia nacional. “Ainda há dias ouvi o nosso ministro das Finanças na apresentação do Orçamento de Estado a dizer que prevê um crescimento de 4,9% para este ano na nossa economia, ancorado em quem?“, questiona o responsável. Para Bernardo Trindade, olhando na vertente da procura, os aeroportos nacionais apresentam limitações a vários níveis. Em primeiro lugar, o responsável destacou a problemática situação do SEF no Aeroporto de Lisboa, em concreto nas entradas de turistas dos mercados americano, brasileiro e africano, “que têm enorme expectativa em conhecer-nos e que chegam ao Aeroporto de Lisboa entre as 7 e 10 horas da manhã nos voos intercontinentais e levam com três horas de espera”. Ironiza o responsável que “este é um belíssimo cartão de visita que Portugal está a dar aos milhares de pessoas que nos querem visitar”. Sendo assim, esclarece o responsável que “o que solicitamos são as 16 boxes disponíveis das 7 às 10h da manhã, quando há um maior fluxo de passageiros intercontinentais”. > “o que solicitamos são as 16 boxes disponíveis das 7 às 10h da manhã, quando há um maior fluxo de passageiros intercontinentais”. Para o dirigente associativo, “esta não pode ser a imagem de um país que quer singrar no turismo e que tem singrado no turismo, que tem ganhado prémios internacionais e que tem enormes expectativas. Ainda há dias ouvi o nosso ministro das finanças na apresentação do Orçamento a dizer que prevê um crescimento de 4,9% para este ano na nossa economia, ancorado em quem? Nós queremos ser parte dessa solução, mas criemos condições para que esse objetivo seja conseguido”. Continuando em outra dimensão da procura atual, o responsável destaca a situação do Aeroporto da Madeira, no que diz respeito à navegação aérea. “Andamos há anos para comprar os equipamentos que permitam fazer a monitorização da aproximação à pista do Aeroporto da Madeira. Os equipamentos atuais são dos anos 60, da abertura do aeroporto”, indica. Chama a atenção o presidente da AHP “que as relações que as companhias aéreas têm com Portugal são comerciais, não afetivas; se der para voar dá, se não der não dá”. Sendo assim, alerta: “Temos de ter bem a noção da responsabilidade que temos pela frente”. Relativamente à TAP, considera que este é um instrumento fundamental que tem de ser corrigido, “que se aproveite a perda de slots e que se faça em regiões como o Algarve e Porto”. Precisamos de uma decisão relativamente ao novo Aeroporto de Lisboa, Portugal não se pode dar ao luxo de perder clientes porque não tem slots para disponibilizar.” O Aeroporto de Lisboa ficou para o fim do discurso do responsável, exemplificando as dificuldades que o país tem a este nível. “Precisamos de uma decisão relativamente ao novo Aeroporto de Lisboa, Portugal não se pode dar ao luxo de perder clientes porque não tem slots para disponibilizar. Queremos ser muito a solução para este objetivo que o Governo tem relativamente ao contributo do turismo. Mas sabemos bem que os clientes são peça fundamental no cumprimento deste objetivo. É necessário decidir sem receios”. Pedro Chenrim, na tomada de posse da nova direção da AHP, em Lisboa.
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25 April 2022
“Precisamos de ser ajudados”, afirma presidente da AHP
Bernardo Trindade tomou posse, no dia 22 de abril, como presidente da AHP e no discurso proferido fez o retrato de um setor animado com o regresso mas a precisar de ser ajudado para que a atividade possa regressar com qualidade. A intervenção proferida por Bernardo Trindade na sua tomada de posse como presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, foi dividida em duas partes, uma mais voltada para dentro, para os associados (ler notícia), outra virada “para fora”, em que falou, essencialmente, dos desafios que se colocam à retoma da atividade, num momento marcado por uma conjuntura difícil. “O turismo vive um momento de regresso”, afirmou Bernardo Trindade, que recordou as “dificuldades sem paralelo” vividas nos dois últimos anos “com hotéis fechados e colaboradores em casa”, uma situação de “paralisação da atividade” que apenas foi possível ultrapassar com o apoio das instituições públicas. Mas embora reconhecendo o esforço que essas medidas representaram, o presidente da AHP não deixou de reconhecer também que empresas estão longe do que eram antes da pandemia, que “a qualidade dos nossos balanços deteriorou-se bastante”. Por isso, embora assuma que “estamos animados com este regresso” da atividade, deixa claro que existem grandes preocupações, desde logo com a “inflação de preços da cadeia de produção sem precedentes” provocada pela guerra na Ucrânia, tendo, por isso, apelado a que as instituições continuem a apoiar o setor. “Precisamos de ser ajudados”, afirmou, explicando que o que a AHP pretende é “trabalhar conjuntamente com as instituições públicas para que os nossos balanços, a qualidade da nossa produtividade possa prosseguir”. Neste apelo dirigido ao Governo para que apoie a capitalização das empresas, Bernardo Trindade referiu-se ao Banco de Fomento, no qual os hoteleiros depositam “grandes e fundadas expectativas”, sendo no entanto necessário “agilizar por completo a sua atuação” para que os apoios possam, também, ser agilizados. “É preciso um Simplex para os recursos humanos” Fundamentando o apelo aos apoios à atividade, recordou que até 2019 era o turismo que liderava a criação de riqueza e o emprego em Portugal, tendo o setor chegado a empregar mais de 400 mil pessoas, um panorama que nada tem a ver com o que hoje se vive já que o turismo, um dos setores mais penalizados com a pandemia, perdeu 45 mil profissionais. “Sendo este um fenómeno global, é um tema que temos de debater: porque é que nos tornámos menos apelativos do ponto de vista da força de trabalho?”, questionou, afastando a habitual justificação de que é necessário “pagar melhor”, uma vez que, sublinhou, “já estamos todos a pagar melhor” e ainda recentemente, o acordo assinado com o SITESE – e que a AHP pretende também assinar com a FESAHT – resultou “numa atualização das carreiras e dos salários”. Bernardo Trindade assegurou mesmo que a AHP está disponível para o debate sobre a Agenda do Trabalho Digno, que tem o presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, como representante nas reuniões da Concertação Social. Para fazer face à escassez de recursos humanos, foi assinado um acordo de mobilidade com a CPLP mas Bernardo Trindade apelou à simplificação de processos, dizendo mesmo que tem que ser instituído um “Simplex para os recursos humanos”. Ainda neste âmbito, instou o IEFP a estar “ao serviço das empresas”. Os desafios do lado da procura: TAP, Aeroportos, SEF Olhando no sentido da procura, Bernardo Trindade referiu-se ao SEF, para apelar ao fim das filas que se formam à chegada dos passageiros de longo curso, dando “uma imagem péssima de um país que quer singrar no Turismo”. Outro mau exemplo é o do Aeroporto da Madeira que carece de equipamentos modernos que permitam monitorizar as aproximações dos aviões à pita: “é um investimento que andará à volta de três a quatro milhões de euros, para perceberem o ridículo desta situação”, afirmou. Referiu-se ainda à TAP para afirmar que a companhia aérea representa um “instrumento fundamental” para o turismo em Portugal, embora tenha “de ser corrigido”, defendendo que a transportadora devia considerar o reforço de presença nos aeroportos de Faro e do Porto. Muito embora tenha consciência de que há que ter em conta “a viabilidade de cada uma das rotas”. Tema que não pode faltar quando se fala da procura turística é o do Aeroporto de Lisboa e a ele também se referiu o presidente da AHP, para enfatizar que “estamos há mais de 50 anos nesta discussão, é tempo de decidir e decidir sem receio” porque “Portugal não se pode dar ao luxo de perder clientes porque não tem slots para disponibilizar” A terminar, Bernardo Trindade deixou claro que a AHP diz “presente” aos desafios que o turismo tem pela frente e faz isso pela hotelaria e pelo turismo mas também por entender que “Portugal merece um contributo do turismo que vá ao encontro das expetativas de milhares de pessoas que optaram por fazer carreira neste setor”. A tomada de posse dos novos órgãos sociais da AHP para o triénio 2022-2024, contou com a presença da secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, e da sua antecessora, Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. in Turisver
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24 April 2022
Bernardo Trindade quer associados a participar mais nos projetos da AHP
“Click2Portugal”, instrumento da desintermediação, programa HOSPES, de responsabilidade social, e Tourism Monitor, ferramenta de recolha de dados, são os projetos em que o novo presidente da AHP quer ver maior participação dos associados. Porque os “associados são o principal ativo” da AHP, foi a eles que o novo presidente, Bernardo Trindade, direcionou a primeira parte do seu discurso de tomada de posse, na passada sexta feira, 22 de abril, apelando à sua participação nos projetos da associação. Um dos projetos para os quais apelou à mobilização dos associados foi a plataforma de reservas Click2Portugal. Recorde-se que esta plataforma foi criada pela AHP em 2018 com o objetivo de permitir uma maior autonomia negocial aos hoteleiros, dado permitir a desintermediação e fazer uma espécie de bypass às plataformas externas. Ainda assim, uma das mais-valias do Click2Portugal era o facto de estar integrado com o site do Turismo de Portugal, o visitportugal.com. Agora, como sublinhou Bernardo Trindade, o portal de reservas está renovado e pretende-se que os associados adiram a ele em massa. “Hoje estamos confrontados com o regresso da atividade económica. Estamos a fazer um esforço muito grande e a sentir confiança nas reservas e temos uma tendência, e é legítimo que o ambicionemos, em reduzir o peso dos intermédios no processo de reserva”, afirmou, adiantando que “o Click2Portugal, a nossa ferramenta e nossa montra tecnológica de comunicação dos nossos associados, está hoje com uma roupagem nova, com uma imagem nova e aquilo a que queremos apelar é que participemos no regresso do Click2Portugal”. Isto porque, esclareceu, “dessa forma reduzimos a presença de intermediários, vendemos mais caro e temos a capacidade de ligar todos os nossos sites, toda a nossa estrutura de vendas”. Outro dos projetos mencionados foi o programa de responsabilidade social HOSPES, com o novo presidente da AHP a sublinhar que “desde 2013 já tivemos oportunidade de doar 230 mil bens a um conjunto vasto de instituições e famílias”. O número é de assinalar mas o novo presidente da AHP deixou claro que a ambição da Associação “é ir um pouco mais além, é continuar esta peugada de ambição”, A propósito, recordou que através do programa HOSPES da Associação da Hotelaria de Portugal “mesmo agora, com a Guerra na Ucrânia, e em tão pouco tempo, já tivemos a oportunidade de doar cerca de 3700 bens e, mais importante do que isso, já tivemos oportunidade de empregar, nas unidades hoteleiras associadas, cerca de 29 pessoas”. O que o novo presidente da AHP “é continuar este esforço” e para isso, disse, é necessário que os associados participem no programa de forma massiva: “este programa não se afirma por si só, afirma-se pela participação dos nossos associados”, afirmou, acrescentando que “a hotelaria tem esta capacidade de ser o intérprete da economia circular”. Por fim, Bernardo Trindade referiu-se ao AHP Tourism Monitors, um projeto “hoje também com uma nova roupagem e uma nova base tecnológica” que procura “juntar informação para podermos suportar a decisão”. Assim, disse, “se tivermos, cada vez mais, os nossos associados a participar no AHP Tourism Monitors vamos ter mais qualidade de informação. E é uma qualidade de informação que é gratuita, através da qual podemos sustentar melhor as nossas decisões”. O novo presidente da AHP anunciou ainda o lançamento de um projeto de marketplace, um portal B2B em que “colocamos em diálogo os nossos parceiros com os nossos associados”, um trabalho que, disse, será liderado por Alexandre Marto Pereira, que integra o Conselho Diretivo da Associação. O objetivo, adiantou, “é, o mais rapidamente possível podermos colocar em prática este reforço de relacionamento” com os parceiros. A tomada de posse dos novos órgãos sociais da AHP para o triénio 2022-2024, contou com a presença da secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, e da sua antecessora, Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. in Turisver