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Boas perspectivas em relação a 2017

O turismo deverá continuar este ano a ser um dos principais motores das exportações portuguesas e do crescimento do país, tendo em conta não só nas reservas já feitas para 2017, como também a continuidade da instabilidade em zonas do globo que concorrem directamente com Portugal, como os países do Norte de África e Turquia. Mais procura, mais dinheiro a impulsionar o sector, preços mais altos e estimativas que apontam para uma melhoria contínua. Prova disso é o facto de, para este ano a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) esperar resultados superiores aos de 2016 e anunciar que vão abrir mais 30 hotéis. Para o presidente da AHP, quando se fala dos resultados alcançados este ano, é preciso ter em conta que 2016 A hotelaria portuguesa prevê arrecadar mais receita total, de alojamento e de F&B, assim como aumentar a taxa de ocupação, o preço médio por quarto ocupado e por quarto disponível (Revpar) em 2017, segundo um inquérito da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP). Os hotéis esperam novo recorde do número de turistas com base nas reservas já efectuadas para este ano.

Foi “o melhor ano de sempre”: foi a primeira vez que se ultrapassaram todos os indicadores de 2007, considerado o melhor ano de sempre para o turismo nacional. Raul Martins espera um novo recorde no número de turistas este ano, pelo volume de reservas já em carteira. Pelas reservas e pré-reservas com que já contam, os hoteleiros admitem “uma melhor performance em todos os indicadores, nomeadamente a receita total e a receita de alojamento (91% dos inquiridos), receitas de alimentação e bebidas ( food&beverage), taxa de ocupação por quarto, preço médio por quarto ocupado e RevPar (receita por quarto disponível). Mais de 90% dos hoteleiros que responderam a um inquérito elaborado pela AHP prevêem arrecadar mais receitas este ano. “Esperava optimismo, mas este é muito optimismo”, afirmou a directora executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, na apresentação dos resultados do inquérito. A análise revela ainda que 90% dos inquiridos espera melhores resultados totais e de alojamento, com destaque para as unidades hoteleiras da Madeira e dos Açores. Já em relação à taxa de ocupação, os mais optimistas são os hoteleiros dos Açores e do Centro e, quando questionados sobre o preço médio por quarto ocupado e sobre o RevPar, todas as regiões partilham a previsão de crescimento.

 

PROCURA POR PARTE DOS OPERADORES ESTRANGEIROS É ELEVADA

Numa perspectiva geral, o Grupo Hoti Hotéis “está a atravessar uma fase de forte crescimento”, declarou à Turisver, o presidente do Grupo, Manuel Proença, que indica que “as unidades hoteleiras que mais cresceram foram as da região de Lisboa, que são o Tryp Lisboa Aeroporto e Tryp Lisboa Oriente. Para 2017 as previsões são de optimismo. De acordo com Manuel Proença, “pensamos manter os indicadores de crescimento com a contratação actual e assente numa previsão do turismo igual ou maior a 2016”, para realçar que “em termos de crescimento julgamos que vai ser transversal a todo o país, com maior incidência nas cidades de Lisboa e Porto e Algarve”. De acordo com o executivo, “continuamos a esperar RevPar, taxas de ocupação e um crescimento global de receitas em virtude da abertura do hotel Star Inn Lisboa Aeroporto e da reabertura do hotel Costa da Caparica”. Este último encontra-se em fase de obras extensivas e reabrirá na Primavera como Tryp Lisboa Caparica Mar. O presidente do Grupo Hoti Hotéis espera, com a contratação efectuada, “atingir um crescimento de 7%, com especial enfoque na região Centro (Leiria e Castelo Branco), onde se encontram os hotéis Tryp Leiria e Tryp Colina do Castelo, este último recentemente adquirido pelo Grupo Hoti Hotéis, após mais de 20 ano de gestão desta unidade hoteleira”. Manuel Proença lembra, entretanto, que, em termos de eventos, o Centenário das Aparições e a visita do Papa a Fátima, a Web Summit e as várias pontes ao longo do ano de 2017 “prevêem um aumento de reservas nas nossas unidades hoteleiras por todo o país”. Igualmente, o Grupo Vila Galé, com hotéis espalhados um pouco por todo o país acredita que “2017 vai ser um ano bom, tal como já o foi 2016. A procura por parte dos operadores estrangeiros tem sido elevada, destacando-se, como habitualmente, o Algarve”, considera o seu administrador. Para Gonçalo Rebelo de Almeida, que remete para mais tarde a divulgação do balanço de 2016, “as taxas de ocupação no Inverno ainda continuem baixas”, indicando que “temos registado aumento nas épocas intermédias, atenuando a sazonalidade. Esta é uma tendência positiva que esperemos que se mantenha este ano”. Aliás, os empresários algarvios são unânimes de que este crescimento será feito com base no aumento da procura de turistas estrangeiros oriundos de mercados como o Reino Unido, Alemanha, Holanda, Irlanda e França. O que se tem verificado é que há mais estrangeiros durante todo o ano e que há um grande crescimento nos meses laterais à época alta, aproveitando as boas condições climatéricas da região. No que se refere à Vila Galé em particular, 2017 “será um ano em que pretendemos consolidar crescimentos na ocupação e receita que tivemos em 2015 e 2016. E continuaremos a trabalhar em novos conceitos como os casamentos Vila Galé, as festas infantis, novos pacotes temá- ticos e turismo equestre, bem como nos futuros hotéis na Ribeira do Porto, Elvas, Braga, Touros e Sintra”.

 

SOL E MAR AINDA NO TOPO DAS PREFERÊNCIAS

O indicador mais estático do inquérito da AHP é o da estadia média, enquanto no top dos melhores meses, a tendência desde 2014 continua, com Setembro a ‘ombrear’ com Agosto, seguindo-se Julho, Maio e Outubro, o que prova que a sazonalidade continua a ter peso. Os piores meses serão Janeiro, Fevereiro e Dezembro. A responsável da AHP destacou ainda algumas novidades como o segmento ‘Sol e Mar’ a voltar a figurar entre os melhores e o turismo religioso entre os piores, o que poderá ser justificado pela concentração em Fátima. Ainda em relação aos segmentos, as expectativas recaem sobre o Mice, turismo sénior e turismo acessível. No capítulo sobre ‘travões’ à sustentabilidade e crescimento do negócio, Cristina Siza Vieira notou as respostas que destacam a dependência dos operadores ‘online’ e os custos da água, electricidade e gás, mas também o decréscimo de quem enumerou quadro fiscal e taxas turísticas. “Diminui o temor perante o quadro fiscal que pode ser mais errático e aumentou a questão da dependência dos ‘online’”, referiu a responsável, lembrando que no ano passado o inquérito coincidiu com época eleitoral e dúvidas sobre o quadro político”, comentou. Quanto a mercados com maior potencial de crescimento, a hotelaria cita França, “consolidando a sua ocupação”, assim como os Estados Unidos e a China, com muitos dos inquiridos a responderem que as rotas aéreas vão poder potenciar os mercados norte-americano, chinês, canadiano e japonês.

 

TURISMO INTERNO NO TOP3

Os principais mercados que devem continuar a marcar presença são o nacional, espanhol e francês, com a Madeira, por exemplo, a inscrever, de forma inédita, turistas portugueses no seu ‘top3’, a par de britânicos e alemães. A Norte, os espanhóis podem ‘derrotar’ os portugueses na preferência pela região, enquanto no Algarve espera-se uma consolidação dos nacionais. Sobre o encerramento de unidades hoteleiras durante o Inverno, Cristina Siza Vieira notou que 84% dos hotéis inquiridos pela AHP informou que não irá fechar portas. Entre aqueles que admitem tal cenário (14%), a maioria (60%) fá-lo entre um e três meses para obras de manuten- ção, enquanto em 2014 uma das respostas com mais peso era “conjuntura económica”. Apesar do balanço positivo da Web Summit, o sector hoteleiro irá fazer acertos na próxima edição depois das taxas de ocupação terem ficado “um pouco aquém” das expectativas na edição deste ano que decorreu em Lisboa entre 6 a 9 de Novembro. A AHP não deixa, porém, de considerar positivo o impacto da conferência para a capital, prevendo- -se agora que os responsáveis da hotelaria “revejam um bocadinho em baixa a previsão orçamental” e façam um “ligeiro acerto e uma compensação com outros eventos”, como congressos médicos, salientou Cristina Siza Vieira. “Ainda assim é uma aposta ganha”, considerou a responsável

 

por Carolina Morgado in Turisver

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