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Ministro anuncia programa 50 milhões para ajudar empresas de turismo

António Costa Silva diz que bancos são cruciais para recuperação do setor. No congresso da Associação Nacional da Hotelaria e Turismo, ouviu as queixas e os apelos dos empresários turísticos, ainda a lidar com os efeitos da pandemia.

"Os anos da pandemia fizeram-nos recuar 20 anos em dormidas e 10 anos em proveitos", diz o presidente do organismo, Bernardo Trindade, presidente da Associação Nacional da Hotelaria e Turismo (AHP) na abertura do congresso do organismo, esta quinta-feira, em Fátima. Perante o ministro da Economia, representantes do setor alertaram para as dificuldades e tiveram como resposta o anúncio de um programa de apoio.

"Realisticamente temos de ser ajudados", disse Bernardo Trindade dirigindo-se ao ministro da Economia. "O peso da eletricidade e do gás é muito, muito grande", alertou e colocando a AHP ao dispor para discutir como pode o governo ajudar o setor. "Basta copiar o ótimo exemplo do Turismo de Portugal no microcrédito", exemplificou.

"Durante a pandemia perdemos 45 mil ativos, há falta de mão de obra e o serviço, sejamos claros, piorou". A discussão sobre salários é uma constante e, admitiu o presidente da AHP, "precisamos de trabalhar num novo paradigma de benefícios aos trabalhadores".

A AHP apoiou o acordo com a CPLP para colmatar a falta de pessoas, mas admite que isso pode não chegar.

Luís Miguel Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Ourém, também falou na abertura do congresso e apelou ao governo para que "não deixem de fora Fátima e o Município de Ourém nas Jornadas Mundiais da Juventude", Dirigindo-se ao ministro da Economia referiu: "ainda nem fomos ouvidos e queremos preparar-nos bem, mas precisamos de estar envolvidos nessa organização".

Falta de aeroporto é "vergonha nacional"

Francisco Calheiros, presidente da Confederação de Turismo de Portugal (CTP), na sessão de abertura, lembrou que "a única certeza que temos é a incerteza para 2023". Já 2022 "foi muito bom no turismo, mas não deu para cobrir os prejuízos dos anos de pandemia".

Preocupado com a falta de crescimento económico, elogiou o acordo de rendimentos entre parceiros e governo, mas "temos de conseguir muito mais". E o aeroporto é um dos temas a resolver, recordou. Não melhorar o turismo porque não há aeroporto "é uma vergonha nacional".

Sobre a semana dos 4 dias, o presidente da CTP falou na "falta de oportunidade total, quando o país está em pleno emprego, não faz qualquer sentido".

Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro de Portugal, reforça o pedido de apoio às empresas. Afirma que a sustentabilidade e descarbonização não podem ser esquecidas e "são grandes os desafios para o setor", sendo que o da demografia é um dos maiores, na opinião de Pedro Machado.

Ministro recusa cenários irrealistas e catastrofistas

Na abertura, o congresso recebeu ainda António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar, que "tomou nota" dos pedidos de ajuda dos empresários, a dificuldade "é adequar o tempo da política à economia e temos de aumentar a sincronização".

Quanto à Jornada Mundial da Juventude, em resposta ao autarca de Ourém o ministro afirmou que "vamos receber um milhão e meio a dois milhões de pessoas e temos de alargar a receção" a várias regiões.

O governante alertou para os momentos de mudança que o mundo vive, especialmente a crise energética e das cadeias de abastecimento. Ainda assim, "mesmo com abrandamento, o país continua a crescer". Diz o ministro que "não precisamos de cenários irrealistas, nem catastrofistas". Afiançou que as "exportações vão chegar a 49% do PIB este ano" e "temos de agarrar as valências do país e conquistar o futuro".

Para o ministro da Economia, "a banca é absolutamente fundamental, mas a banca comercial aposta no curto prazo e as empresas precisam do longo prazo. Há uma mudança de paradigma em curso. As empresas precisam de reforçar os seus capitais próprios para terem mais autonomia e temos de confiar nas empresas". O lucro não é pecado, referiu.

Para o futuro do país, o governante destacou ainda "o papel do Banco de Fomento, agora com nova administração" [indigitada] e que "vai estar próximo das empresas e ser capaz de fomentar o crescimento da nossa economia".

O ministro anunciou no congresso que hoje mesmo vai ser lançado um programa "50 milhões de euros para ajudar as empresas de turismo", a ser gerido pelo Turismo de Portugal e que é direcionado aos edifícios do setor.

O 33.ª Congresso da Associação de Hotelaria de Portugal decorre hoje e amanhã em Fátima.

in Diário de Notícias, por Rute Simão

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