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Com a oferta a crescer, já falta mão de obra

O turismo gerou 53 mil postos de trabalho em 2017, continua empregador, mas alega faltar pessoal qualificado  
 
O boom turístico em Portugal nos últimos anos também está a trazer as chamadas 'dores de crescimento'. Depois de ter gerado 53 mil novos empregos em 2017, a dificuldade em arranjar trabalhadores qualificados é a "principal preocupação de momento" do sector do turismo, assumida desde restaurantes a hotéis "de todas as categorias e estrelas", conforme foi enfatizado no último congresso da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que decorreu este mês em Coimbra.  
 
Segundo Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, o sector foi gerador de 70 mil novos postos de trabalho entre setembro de 2016 e setembro de 2017. E só este ano criou 53 mil novos empregos. Com a oferta hoteleira a crescer em Portugal a ritmo acelerado (83 novos hotéis no país, totalizando 8 mil quartos, entre 2017 e 2018, segundo as contas da AHP), nem a rede das 12 escolas de hotelaria e turismo consegue dar vazão.  
 
"As escolas de turismo nacionais, que formam anualmente 3 mil alunos, não têm capacidade de alimentar a procura de turismo que neste momento existe no país", sublinhou a secretária de Estado do Turismo.  
 
Atualmente, há 350 mil pessoas a trabalhar no turismo, e o aumento de emprego no sector foi de 18% no ano passado. Segundo Ana Mendes Godinho, "há hoje um desafio enorme em Portugal ao nível da qualificação dos trabalhadores, mas também dos salários". Na perspetiva da secretária de Estado, "os trabalhadores do turismo também têm de ser mais bem pagos e ter melhores condições, os próprios empresários vão começar a ter noção disto se quiserem fixar as pessoas nas suas unidades e tendo em conta a grande mobilidade de emprego que está a haver neste sector".  
 
Hotéis com salários médios de €1035 em 14 meses Para a Associação da Hotelaria de Portugal, "quando se fala em salários no alojamento e restauração haveria que distinguir um e outro sector e, em particular, a hotelaria dentro do alojamento", tendo em conta que, "manifestamente, não são os mesmos os níveis salariais dos trabalhadores nem as suas funções ou formação".  
 
Segundo a AHP, a média de salários paga pelos hotéis associados aos seus trabalhadores foi de €1035 mensais em 2016, remuneração que foi distribuída por 14 meses, sem incluir "subsídios, designadamente de alimentação, ou prémios sem carácter certo". Frisando tratar-se de um montante que "ultrapassa em muito o salário mínimo nacional", a AHP garante que os hotéis associados têm contribuído para a "subida geral" das remunerações neste sector.  

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