Turismo de Portugal já vê China no top10 dos emissores para a hotelaria portuguesa
A continuar a trajectória de crescimento, com +19,1% de hóspedes e +13,7% de dormidas em 2016, face a 2015, a China é candidata a entrar no Top10 dos emissores para a hotelaria portuguesa, defendeu hoje o responsável de Trade Marketing do Turismo de Portugal, Miguel Moraes.
O executivo, que falava num workshop promovido pela AHP - Associação da Hotelaria de Portugal e a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, revelou ter expectativas altas quanto ao mercado emissor chinês, lembrando que “Portugal representa uma gota de água no oceano do mercado outbound da China”, porque, apesar do crescimento verificado, o mercado chinês tem ainda muita margem para crescer.
Miguel Moraes avançou na sua intervenção que o número de turistas chineses que viajaram para fora do país em 2016 ascendeu a 137 milhões e apenas 10% desses viajantes tiveram a Europa como destino.
Sobre o perfil do turista chinês, o executivo enquadrou o viajante entre os 30 e 49 anos, com formação superior e com lazer como principal motivo das viagens, cerca de 70%.
A maioria dos turistas chineses, segundo indicou o executivo, viaja com pacotes turísticos, sendo que os individuais (FITs) estão em crescimento.
Miguel Moraes especificou que 40% dos 183 mil hóspedes chineses na hotelaria portuguesa em 2016 viajaram com pacote turístico, tendo realizado 307 mil dormidas.
O mercado chinês é o 14º em hóspedes e o 18º em dormidas para a hotelaria portuguesa, com 1,6% e 0,8% de quota em 2016, respectivamente.
Lisboa concentra 72,1% das dormidas de turistas chineses em Portugal, enquanto o Porto soma 12,2%.
Sobre as receitas, os gastos dos turistas chineses em Portugal no ano passado ascenderam a 72 milhões de euros, representando 387 euros por hóspede ou 214 euros por noite.
A estada média dos hóspedes chineses na hotelaria portuguesa fixou-se nas 1,68 noites, depois de 1,76 em 2015 e 1,84 em 2014, uma vez que a maioria dos visitantes chineses em Portugal estão em circuito por vários países, combinando a visita sobretudo com Espanha e Marrocos.
Relativamente à sazonalidade, porém, a China é um “mercado equilibrado”, com forte procura de Abril/Maio a Setembro e com ‘picos’ em Fevereiro, pelo Ano Novo Chinês, e em Outubro, pelo Dia Nacional da China.
Sobre a promoção de Portugal na China, Miguel Moraes frisou que o investimento desde 2014 ascendeu a 3,5 milhões de euros, entre workshops e campanhas com operadores turísticos, participações em feiras, viagens para profissionais de turismo e jornalistas e outras acções.
Para este ano, além de campanhas com operadores turísticos, Portugal tem previsto investir em conjunto com a Beijing Capital Airlines dois milhões de euros na promoção da nova rota Pequim – Lisboa, sendo o investimento dividido entre as entidades portuguesas (Turismo de Portugal, Turismo de Lisboa e ANA Aeroportos) e a companhia aérea, segundo especificou Miguel Moraes.
O voo China – Portugal da Beijing Capital Airlines estava previsto fazer a rota Hangzhou – Pequim – Lisboa, mas, por falta de ‘slots’ na capital chinesa, fará apenas o trajecto Pequim – Lisboa, retomando a trajectória inicialmente prevista assim que exista disponibilidade, segundo especificou o executivo.
Com os voos três vezes por semana, às quartas, sextas e Domingos a partir de 26 de Julho, o número médio de passageiros previsto é de cerca de 660 por semana.
Os voos serão realizados em A330-200 de 260 lugares (40.560 lugares por ano), sendo a estimativa apresentada por Miguel Moraes de 32.450 passageiros no primeiro ano, com 80% de load factor, e 36.500 passageiros no segundo ano, com 90% de load factor.
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